Os festivais de música e a moda

E aí, você já garantiu seu ingresso para algum dos próximos festivais de música que vão acontecer no Brasil? Neste episódio, a gente fala das tendências que se destacaram nos últimos eventos e dessa longa relação entre a moda e os festivais de música, no palco e na plateia.


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Foto: Reprodução Instagram @jamescharles



Episódio veiculado no dia 22 de abril de 2022.

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Festival de música é sempre aquele acontecimento, né? Mas depois de dois anos de pandemia, a temporada de shows de artistas nacionais e internacionais parece que está fazendo mais barulho ainda.

No Brasil, o Lollapalooza marcou a volta dos grandes eventos desse tipo no fimzinho de março. No final de semana passado, o festival Rock The Mountain reuniu nomes como Caetano Veloso, Gal Costa, Criolo e Djonga em Itaipava, no Rio de Janeiro. Teve também o Coachella, na Califórnia, com as brasileiras Anitta e Pabllo Vittar arrasando na gringa e nomes como Harry Styles, Billie Eilish, Arcade Fire e Doja Cat. Este final de semana, os artistas repetem a dose no Rock the mountain e também nos palcos do Coachella.

E junto com aquele combo básico de fila, banheiro químico, pegação e aquela sensação inigualável de fazer parte de uma multidão cantando e dançando junto ao ar livre, vem outra coisa muito importante: os looks dos festivais.

Afinal de contas, há décadas que esses acontecimentos musicais revelam não só novos talentos, mas também apontam e consolidam tendências de moda e beleza.

Mas antes da gente falar sobre o que rolou nos palcos e na plateia dos últimos shows, nós vamos dar um passeio rapidinho por eventos icônicos do passado para entender de onde veio essa relação da moda com os festivais.

Pra começar a contar essa história, vamos voltar lá para 1969.

Entre os dias 15 e 18 de agosto daquele ano, o festival de Woodstock reuniu cerca de 400 mil pessoas em uma fazenda em Bethel, no norte do Estado de Nova York, para assistir aos shows de nomes como Janis Joplin, The Who, Santana e Joe Cocker.

Em meio a muita lama e rock’n roll, o festival consagrou o estilo hippie, que é referência até hoje. A vontade do público de mostrar sua personalidade nas roupas, para pontuar uma liberdade recém-adquirida, veio através de vestidinhos de crochê, tops e barriga de fora e uma fluidez maior de gêneros, com homens se apoderando de looks femininos e vice e versa. Tinha também muito mix de estampas – que na época eram chamadas de étnicas, mas basicamente refletiam um olhar menos eurocentrado para as artes em geral –, tie dye e casacos com franjas, como o icônico usado por Jimi Hendrix.

Esses são alguns dos elementos que permeiam até hoje o estilo visto em vários shows de música ao redor do globo, claro que com algumas grandes mudanças aqui e ali.

No Brasil da década de 1960, o look do público dos famosos festivais da Record era mais comportado. Mas no palco já se viam algumas ousadias, como no figurino dos Mutantes. Em 1967, bem antes da geração Z pensar em existir, Rita Lee subiu ao palco com um coraçãozinho pintado em uma das maçãs do rosto para cantar Domingo no Parque com Gilberto Gil. E na edição seguinte do festival, em 1968, a cantora surgiu com um vestido de noiva emprestado de Leila Diniz.

Mas o primeiro festival a colocar o Brasil na rota das apresentações internacionais foi a primeira edição do Rock in Rio, que parou a capital carioca em 1985. Além de astros nacionais como Ney Matogrosso e Baby do Brasil, que na época ainda era Baby Consuelo e se apresentou grávida, de barriga de fora, o Rock in Rio recebeu nomes como Ozzy Osbourne, AC/DC e Queen, que fez um show histórico no Maracanã.

Era o auge da New Wave tropical, com cores vibrantes e cítricas invadindo os guarda-roupas tanto de artistas quanto da plateia, que adorava desfilar com suas peças da Pakalolo, da Noruega Norway e da Lightning Bolt. Outro item que também bombou na época foram os óculos usados por Rita Lee, olha ela de novo aí, que tinha o formato da palavra ROCK.

Pulando já para o século 21 – senão a gente mergulha aqui na nostalgia e não termina o episódio hoje – outro festival que também ficou na memória foi a edição de 2005 do tradicional Glastonbury, na Inglaterra. O evento ficou marcado não só pela apresentação de bandas como White Stripes e Coldplay, mas também pela chuva torrencial que alagou completamente o local. Quem se deu um pouco melhor no meio daquele aguaceiro todo foram as pessoas que escolheram um bom par de galochas pra assistir aos shows.

Aliás, se você acompanhava as fotos de streetstyle de meados dos anos 2000, com certeza desejou uma galocha da marca Hunter, que era vista à exaustão nos pés de it girls da época, como Kate Moss e Alexa Chung. Pois a galocha é outra tendência que parece ter resistido ao tempo e continua sendo uma constante nos festivais, já que geralmente esses eventos acontecem em espaços que ficam bastante enlameados, como foi o Lollapalooza, em março. Ninguém quer dar mole para estragar sapatos novos, né?

Mas vamos voltar aos dias atuais. Passamos dois anos em casa, vendo lives através de telas ou clipes no YouTube. Assim que os índices da pandemia começaram a cair, veio a confirmação das datas dos maiores festivais do país e do mundo, animando quem adora dar esse tipo de rolê. Mas ainda faz sentido falar de look de festival como a gente fazia no passado? Sim e não.

Lorna Hall, diretora de inteligência fashion da WGSN, deu uma entrevista à ELLE estadunidense em que fala um pouco sobre o assunto. Abre aspas pra Lorna. “O look de festival de hoje não é mais sobre aquele uniforme para um evento específico, como por exemplo as coroas de flores e os shorts jeans curtos que víamos nos Coachellas do passado. É mais sobre individualidade”, fecha aspas.

A real é que esse uniforme mudou – mas ele ainda existe. No Lollapalooza, por exemplo, o que mais se via eram homens e mulheres com blusas justas de tule com estampas psicodélicas, calças flare e botas tratoradas, além de muito brilho e franjas. Várias tendencinhas de Tik Tok.

 

No Rock the Mountain, por causa do frio que fez no último final de semana na região, vimos muitos macacões estilo mecânico, de mangas longas, sendo usados com a parte de cima abaixada durante o dia e fechados durante a noite. Outro item essencial foram os casacos de pelúcia, que protegiam do frio quando a noite caía. Nos stories do Instagram e em relatos de quem estava lá, parece que os looks ultracoloridos com tons vibrantes também apareceram bastante.

Quem esteve por lá foi a escritora carioca e criadora de conteúdo Krishna, que falou pra gente sobre os looks que escolheu pro festival e ainda dá um conselho importante pra quem nunca foi em um evento desse tipo:

“Eu adoro me vestir pra festivais, meu estilo é supercolorido, eu gosto muito de roupas bem levinhas, vibrantes, estampadas, e pra esse festival tive um grande desafio. Como ele acontecia na serra, a gente sabia que a gente tinha que estar preparado para baixas temperaturas. Pra todos os looks, o conceito que eu usei foi que eu queria ficar muito quentinha, mas sem deixar de expressar minha personalidade, já que geralmente no frio todo mundo usa mais tons pastel, preto e monocromáticos. E eu queria ainda mostrar quem eu sou, mas ficando bem quentinha. Pro primeiro dia eu escolhi um conjuntinho de calça de tecido e cropped. Sim, eu arrisquei o cropped e eu não passei frio porque eu botei um casaco pesado de lã por cima. Era um conjunto com estampas de natureza, de selva, que é bem minha cara, sou bem leonina. Finalizei também com acessórios, tô muito na vibe de usar dourado, então fui com acessórios de leão também e o casaquinho, e uma bota tratorada porque tava muito lameado lá, então todo mundo falou que era pra usar galocha. Eu resolvi arriscar nessa bota tratorada e foi ótimo, fiquei limpinha, porém, cometi um erro de principiante, que foi usar uma bota nova pra ir pra um festival. Não recomendo que vocês façam isso, eu sabia que eu não devia fazer isso, mas eu achei que comigo não fosse acontecer e aconteceu. Meu pé ficou completamente destruído no primeiro dia porque não amaciei a bota.”

Pois é, festival é isso: dura o dia inteiro, você fica de pé a maior parte do tempo, então, o look escolhido precisa balancear conforto e estilo. Dudu Bertholini, stylist e estilista, contou pra gente qual seu uniforme perfeito de festival – e ainda deu algumas dicas de como incrementar o look:

“Looks de festival sempre trazem uma pergunta profunda, shakespeariana. Conforto ou close: eis a questão. Claro que a gente sempre tenta unir o melhor desses dois mundos, é o que eu tento fazer sempre. Eu tenho um look oficial de festival, que é um look punk tropical, tipo um Axl Rose abravanado. Que que eu faço: coloco uma base de lycra (um macacão, uma legging), de preferência animal print, onça, zebra, com brilho ou de alguma cor que eu goste, e eu sobreponho com uma peça mais poderosa – uma jaqueta, um colete de franjas, de tachas, de estampa… De preferência do meu amigo Fabio Kawallys, que faz as customizações mais lindas, sempre tenho uma pecinha dele no armário para essa hora. E arremato o look com exuberância, porque aqui não tem essa de menos é mais, né? Pra mim, mais é mais, então já coloco uns carregos, uns bling-bling. Porém, sempre atento para que não sejam coisas que eu perca no meio do caminho ou que me impeçam de dançar ou de me movimentar com liberdade. Minha contradição tá sempre nos pés, porque eu não sou uma pessoa muito sneakers, não gosto de tênis no dia a dia – agora, com a pandemia, eu passei a usar mais. Antes, eu praticamente não usava tênis. Eu adoro uma botinha de cano médio, bico fino, com saltinho baixo, esse é o meu sapato oficial do dia a dia. E, às vezes, dependendo do festival, essa botinha volta cheia de lama ou faz com que eu dê uma bela escorregada nos pisos que não são tão firmes assim. No penúltimo Lolla, que foi antes da pandemia, estava lá com meu look tropical punk Axl Rose abravanado e a minha botinha voltou destruída do festival. Ou seja: o close falou mais alto e o conforto foi por água abaixo literalmente. Mas, sem dúvida, me diverti muito e me montaria tudo de novo.”

E você é do close ou conforto? No Coachella, rolou uma divisão curiosa. De um lado, houve uma volta aos básicos ultraconfortáveis, com muitas celebridades apostando em calças jeans e camisetas amplas e simples. De outro, uma montação nervosa que lembrou os looks usados pelas personagens da série Euphoria, da HBO, com muito recorte, sensualidade e maquiagens coloridas e cheias de pedrarias.

E não foi só o Coachella que agitou o fim de semana passado na Califórnia. Pertinho dali, rolou o Revolve Festival, pela marca norteamericana de roupas Revolve. Com shows de Post Malone e Jack Harlow, o festival é vendido como algo superexclusivo, acessível só para convidados.

Pela repercussão do fim de semana, no entanto, não foi bem assim. Vários influencers reclamaram sobre filas e empurra-empurra para conseguir embarcar nos ônibus que faziam o translado até o local. A organização chegou a emitir um comunicado posteriormente, se desculpando pelos transtornos e prometendo melhorar de próxima vez.

Mas, em termos de montação, o Revolve Festival não decepcionou e reuniu várias celebridades com looks vindos direto da passarela, como foi o caso de Kim Kardashian, que escolheu um conjuntinho Rick Owens com fenda e amarrações.

Mas e nos palcos? Se quando falamos do Woodstock, lá em 1969, o estilo das roupas escolhidas por artistas e público era bem parecido, hoje parece que esse jogo virou.

Na edição de 2018 do Coachella, Beyoncé foi headliner do festival e mudou completamente essa equação. Enquanto muita gente ainda apostava em coroas de flores e conjuntinhos de tricô, a cantora lançou mão de várias referências afro-americanas para contar uma história através das roupas que vestia.

Em 2022, Anitta também surpreendeu na escolha do figurino do seu show no Coachella, que foi elogiado por críticos e aclamado por fãs dentro e fora do país. E a ousadia de Anitta, dessa vez, não veio na forma de recortes ou transparências, não. O look custom made da Roberto Cavalli era um conjunto de top e hot pant nas cores verde, amarelo e azul – combinação que há tempos vem sendo evitada a todo custo por muita gente, por ter ficado associada à extrema direita brasileira.

No Twitter, Anitta escreveu sobre a escolha de cores, abre aspas. “A bandeira do Brasil e as cores da bandeira do Brasil pertencem aos brasileiros. Representam o Brasil em geral. Ninguém pode se apropriar do significado das cores da bandeira do nosso país. Fim”, fecha aspas.

E para quem tentou fazer graça nas redes sociais, pegando uma carona eleitoreira com Anitta – que já deixou mais do que claro que quer distância dessa direita reacionária – a diva mandou logo um tuíte com um “Ai garoto vai catar o que fazer, vai”. E block nele.

E tem ELLE View nova no ar! Este mês, a nossa revista digital mensal pra assinantes mergulha na cultura hip-hop para desvendar a nova cena do rap nacional e mostrar como a influência desse movimento vai muito além da música.

Quem está na capa são as irmãs Tasha e Tracie, que estão bombando com uma agenda de shows pelo país. Além de posarem para o fotógrafo Edgar Azevedo, Tasha e Tracie também falaram sobre a carreira, sobre como enfrentam o machismo e sobre a relação da dupla com a moda.

Falando em moda, tem reportagem sobre a relação do hip-hop com esse mercado, desde Dapper Dan até os dias de hoje. A revista traz ainda um editorial de beleza com inspiração nas bocas das divas do rap e do R&B., e uma reportagem em vídeo, da nossa ELLE TV, contando tudinho sobre as unhas alongadas.

E, claro tem muita música também, desde novos nomes até artistas consagrados, como Baco Exu do Blues e Karol Conká, que lançou álbum novo, um ano após a polêmica passagem pelo BBB. Karol fala na entrevista sobre a vida pós reality show e também sobre a importância do rap pra ela. Vamos ouvir um trechinho?

“O rap pra mim é um estado de força. Quando eu conheci o rap, a primeira festa que eu fui, eu me lembro de ter sentido meu corpo inteiro arrepiar e me sentir forte. Alguma coisa me fez sentir potente. Depois que eu vi que era dificil as mulheres serem levadas a sério no rap, aí eu me senti desafiada. O rap fez eu me sentir desafiada e eu gostei disso. É uma zona de perigo, e como eu faço pra transitar aqui e provar que não é isso que eles estão falando? Então, eu sempre fui muito atrevida, eu fui pro rap colorida, alegre, o que causou espanto no começo e depois as pessoas entenderam que esse era o rap brasileiro de uma mulher preta. Então as pessoas passaram a entender que a gente não tem que esperar de uma mulher preta que ela cante igual fulano da gringa ou fora do país. Meu rap ganhou destaque por ser no Brasil e cantado por uma mulher preta brasileira e isso me dá muito orgulho porque outras mulheres pretas me fizeram me sentir mais preta.”

Bom, se você curte rap não pode perder a ELLE View deste mês. E se você não curte, aí que não pode perder mesmo, porque a edição está uma verdadeira aula sobre o assunto, e você vai entender porque o rap é tão fundamental pra cultura contemporânea.

A ELLE View de abril já está disponível pra assinantes. Se você ainda não assina, corre lá no site pra não perder essa edição.

Ah, e uma informação importante: como presente de Carnaval fora de época, a gente abriu o conteúdo da edição 8 da ELLE View, que teve como tema, justamente, o Carnaval. Quem ainda não conhece a nossa revista digital mensal tem aí uma chance de acessar esse conteúdo exclusivo.

A volta de Alexander Wang

E Alexander Wang voltou às passarelas na última terça-feira, dia 19.

A apresentação da sua nova coleção aconteceu no centro da Chinatown de Los Angeles. O que rolou, na verdade, foi mais do que só os minutos ali de desfile, mas um evento em que os restaurantes locais foram enfeitados com o logo da marca e os convidados receberam vouchers para comprar produtos típicos asiáticos. Dava também para comprar uma linha comemorativa, camisetas do tipo merch. O valor dessas vendas foi repassado, de acordo com a marca, para a preservação da região ali que é histórica.

Já na passarela, uma pista inteira forrada de vermelho e decorada com luzes neon, muito jeans, cintura baixa, leggings e bodies, aquele visual bem pop e sexy que o estilista sempre soube apresentar. Mas o grande destaque ficou entre as modelos, como as brasileiríssimas tops Alessandra Ambrosio e Adriana Lima, essa última grávida e com barrigão de fora. Bem na linha Rihanna, que anda subvertendo a moda gestante, ela apareceu superpoderosa na passarela.

Um baita evento, né? E não poderia ser diferente, uma vez que Alexander Wang está tentando se recolocar na indústria e limpar a barra da sua marca, depois de meses de denúncias de assédio sexual envolvendo seu nome.

Para quem não se lembra, no começo do ano passado a gente acompanhou de perto esses episódios e nós trazemos aqui de volta para vocês.

As denúncias de assédio contra o designer estadunidense começaram a ser feitas em dezembro de 2020, pelo modelo britânico Owen Mooney no Tik Tok. E isso só engatilhou outros garotos a fazerem o mesmo. Para se ter uma ideia, além do modelo Owen Mooney, outros 10 homens acusaram o estilista.

Alexander Wang sempre negou tudo.

Em março de 2021, porém, o designer divulgou um comunicado em seu Instagram com uma mudança de postura, indicando que as partes envolvidas chegaram a um entendimento. De acordo com Wang na época, abre aspas: “Vários indivíduos se apresentaram para fazer reclamações contra mim em relação ao meu comportamento pessoal no passado. Eu apoio o direito deles de se manifestar e ouvi atentamente o que eles tinham a dizer. Não foi fácil para eles compartilharem suas histórias e lamento ter agido de uma forma que lhes causou dor. Embora discordemos de alguns detalhes sobre essas interações pessoais, eu darei um exemplo melhor e usarei minha visibilidade e influência para encorajar outras pessoas a reconhecer comportamentos prejudiciais. A vida é aprendizagem e crescimento, e agora que tenho mais conhecimento, vou fazer melhor.” Fecha aspas.

Acontece que, agora, com a volta do estilista às passarelas, veio à tona também a pergunta: a moda está preparada para receber o designer de volta? Questão polêmica.

Ginger lança nova coleção e abre pop-up store no Rio

E quem está cheia de novidades este mês é a Shop Ginger, marca de moda fundada pela atriz Marina Ruy Barbosa. A Ginger nasceu há pouco mais de um ano e meio como uma empresa nativa digital, ou seja, totalmente online. Mas a Marina conta que as clientes têm pedido cada vez mais uma experiência complementar, que trouxesse o lifestyle da marca para um ambiente físico.

No ano passado, a Ginger inaugurou uma pop-up store em São Paulo e na última segunda-feira, dia 18, a marca abriu sua primeira pop-up store no Rio de Janeiro, no Shopping Leblon.

E a loja já abriu com coleção novinha em folha, batizada de Bellatrix. Mas quem vai contar mais sobre ela, é a própria Marina Ruy Barbosa.

“A coleção Bellatrix é uma grande homenagem aos cosmos. O nome também chega na mesma potência da coleção, significa “guerreira” em latim, mostrando o lado ousado e empoderado da consumidora da marca. A astrologia que sempre me interessou. Não consigo negar que sou uma verdadeira canceriana, sensível, apegada na minha família. E a ideia veio da influência dos astros nas nossas vidas, seja de maneira direta ou sutil. A gente enxerga muita conexão entre os cosmos e a humanidade e por isso são assuntos que nos inspiram e nos movem. E como a moda também cumpre esse mesmo papel, fazia sentido pra nós fazer alusão a esse universo. E eu acredito que a astrologia também aprofunda nossa visão sobre a arte e traz muitos simbolismos e inspirações. Vocês vão encontrar muitos elementos do tema nas nossas peças, sejam em recortes únicos, botões, aplicações ou mesmo silhuetas. Seguimos firmes na nossa proposta de apresentar uma moda autoral, sem abrir mão do nosso DNA e, nesse lançamento, a gente tem modelagens únicas e, ao mesmo tempo, a gente tenta trazer ícones da marca de uma forma revisitada. Como o top Star, que é uma reinterpretação do famoso top coração e do top bola, que são um sucesso de vendas.”

Linha de beleza da Off-White

Isso mesmo, havia mais um projeto sendo desenvolvido por Virgil Abloh antes de sua morte precoce no final do ano passado. E, agora, ele enfim é lançado para o mundo. Trata-se da linha de beleza da Off-White, que ganhou o nome de Paperwork.

A história já tinha sido divulgada há um tempo, para ser mais preciso, no último desfile da grife, em que um casting do peso de Cindy Crawford, Naomi Campbell, Helena Christensen e Amber Valletta cruzaram a passarela já usando alguns produtos de beleza da marca.

Mas nessa última quarta-feira, dia 20, ela enfim foi apresentada oficialmente e chegou ao mercado. Chamada de Paperwork, ela foi desenvolvida para fornecer produtos sem gênero ou idade definidos. De acordo com a marca, isso significa que dois outros focos foram colocados como os principais: funcionalidade e criatividade.

Esse primeiro leque de produtos conta com quatro fragrâncias que tem nomes propositalmente bem genéricos. A ideia é que você não saia logo de cara com um pensamento preconcebido sobre elas e fique, assim, mais aberto a experimentá-las e sentir se é a sua onda. A Solution 1, por exemplo, é mais cítrica, enquanto que a Solution 2 tem vetiver, gengibre e madeira na composição.

O drop ainda tem stencils para fazer tatuagens temporárias na pele, como o símbolo de trademark — o tipo de registro que Abloh adorava usar em suas composições de design. Há também bastões de pigmento em cores primárias, para você usar da maneira que achar mais interessante no make, além de esmaltes com fórmulas inovadoras e acabamentos especiais. Existe até uma versão de esmalte que craquela ao ser aplicado nas unhas.

Muito interessante, não? Os produtos estão disponíveis nos sites da Off-White e da Farfetch internacional, por enquanto. Ficaram ansiosos para conhecê-los? A gente ficou!

Pílula de beauté

E na pílula de beauté dessa semana, o nosso editor Pedro Camargo fala de uma dessas tendências que voltam, mas que seria bem melhor ficar lá no passado… Que tendência problemática é essa, Pedro?

“E aí, pessoal, tudo bem? Olha só, tendência baixo astral na área… Parece que o Heroin Chic está voltando. Para quem não lembra, o Heroin Chic foi uma estética hegemônica nos anos 1990 e 2000. Era sobre ser magra demais, ter os olhos fundos e, no limite, se parecer com um viciado em heroína. Pois é, mais problemático impossível, e mais incabível também, pensando no tanto que evoluímos nos últimos 20 anos a respeito de discursos como esses. Agora como é que no auge do movimento body positive, pela aceitação do próprio corpo e autoamor, uma tendência como essa pode ensaiar uma volta? É isso que investiga a nossa repórter Bárbara Rossi, na reportagem que publicamos no site nesta quinta-feira. Por lá, ela traça um histórico do Heroin Chic e desvenda as novas estratégias dessa estética tóxica para dominar a juventude mais uma vez. Spoiler: tem a ver com pandemia, quebra da economia e a desesperança dos jovens frente ao levante de governos totalitários neo fascistas. Leitura importante em elle.com.br! Corram lá!”

Dica cultural

E para finalizar o episódio de hoje, a nossa dica cultural com Bruna Bittencourt. Nossa editora de cultura te adianta as exposições gringas e nacionais que exaltam artistas visuais brasileiros. Conta mais, Bru!

“Oi, gente! Começa oficialmente neste sábado, 23 de abril, a Bienal de Veneza. E desde 2007 o Brasil não tinha uma representatividade tão grande na tradicionalíssima mostra de arte. O país conta com trabalhos de cinco artistas – Jaider Esbell, Lenora de Barros, Luiz Roque, Rosana Paulino e Solange Pessoa —, na mostra principal do evento. E também está na lista dos 80 países que têm pavilhões nacionais na mostra, apresentando trabalhos de Jonathas de Andrade. Uma semana depois da abertura de Veneza, no outro sábado, 30 de abril, o IMS Paulista inaugura retrospectiva de Walter Firmo, com mais de 260 obras do fotógrafo, produzidas desde a década de 50, incluindo retratos famosos de Pixinguinha, Clementina de Jesus e Arthur Bispo de Rosário. O fotógrafo, conhecido pelo seu domínio da cor e pela exaltação da negritude em suas imagens, é assunto para a ELLE Volume 07. Na revista, Firmo, prestes a contemplar 85 anos, falou sobre racismo, o que aprendeu com os fotógrafos franceses e sobre como era clicar imerso na pressão do fotojornalismo.”

Este episódio usou trechos das músicas With a little help from my friends, com Joe Cocker; Domingo no Parque, de Gilberto Gil; Love of my life, do Queen, cantada pela plateia do Rock in Rio; Take Me Out; do Franz Ferdinand; Crazy in Love, ao vivo no Coachella de 2018, de Beyoncé; trecho da apresentação de Anitta no Coachella 2022; Lui Lui, de Tasha e Tracie; trecho da apresentação da coleção Fortune City, de Alexander Wang; Baile de Máscaras, de Bala Desejo; e Freedom, de Jon Batiste.

E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro.

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Agora, bora sextar. Até semana que vem!

Episódio veiculado no dia 22 de abril de 2022.

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