Redes sociais sob pressão
As marcas de moda estavam prontas para entrar de vez no TikTok quando Donald Trump anunciou que quer banir o aplicativo dos EUA.
- Donald Trump anuncia que vai banir o TikTok dos Estados Unidos, caso a rede social chinesa não seja comprada por uma empresa norte-americana até o mês de setembro;
- Apesar dos argumentos bastante questionáveis do presidente, o episódio dialoga com o momento atual, no qual redes sociais como o Facebook e o Twitter também são cobrados por maior transparência e responsabilização de seus conteúdos;
- A filósofa, escritora e colunista de ELLE Brasil, Djamila Ribeiro, comenta o assunto;
- E ainda: o álbum visual de Beyoncé, Black is King, carregado de referências afrofuturistas, além do lançamento da linha de cosméticos de Camila Coelho, a Elaluz, e muito mais.
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Bem agora que as marcas de moda estavam botando as manguinhas de fora no Tik Tok veio a notícia: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça banir o aplicativo chinês do país.
Mas o Tik Tok não é a única rede social que está na berlinda ultimamente. Empresas e usuários no mundo inteiro estão pressionando o Facebook e o Twitter para que essas plataformas tomem medidas mais eficazes para barrar postagens de ódio e fake news.
Neste Pivô, nós vamos falar sobre essas questões envolvendo as redes sociais, e também comentar o novo filme de Beyoncé, cheio de referências.
Nas últimas semanas, o Tik Tok deixou de ser assunto de adolescente para virar questão de Estado. No dia 31 de agosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que você ouviu agora, anunciou que planeja banir o aplicativo de compartilhamento de vídeos do país. O motivo apontado por Trump para essa decisão é o de que o Tik Tok põe em risco a privacidade dos dados dos cidadãos norte-americanos e pode servir como uma ferramenta de espionagem da China. Hoje, o aplicativo tem cerca de 80 milhões de usuários nos Estados Unidos.
O Tik Tok pertence à empresa chinesa ByteDance, uma startup tecnológica avaliada em mais de 100 bilhões de dólares, segundo um levantamento recente da agência Bloomberg.
Na segunda-feira passada, Trump disse que o Tik Tok só pode permanecer no país se for comprado por uma empresa norte-americana e deu um prazo até 15 de setembro pra essa negociação ser concluída. A Microsoft já manifestou interesse na compra e, segundo informações do jornal Financial Times, a empresa fundada por Bill Gates estuda comprar o Tik Tok não apenas nos Estados Unidos, mas no mundo todo – com exceção da própria China, onde o aplicativo se chama Douyin.
O argumento do presidente norte-americano para justificar a proibição do Tik Tok nos moldes atuais é a de que, por ser uma empresa chinesa, a ByteDance pode ser obrigada a fornecer os dados de seus usuários pro governo daquele país. A ByteDance nega essa possibilidade.
A ameaça de Trump foi um banho de água fria pro mercado publicitário da moda, que já fazia o aquecimento para entrar com tudo no Tik Tok. Durante a pandemia, as marcas reconheceram o valor da rede social, que tem grande influência na Geração Z, e logo trataram de assinar parcerias com influenciadores conhecidos da plataforma. Foi o que grifes como Gucci, Balmain, Balenciaga e Celine fizeram, para alavancar os seus perfis.
O Tiktok surgiu ali como um bom competidor para o Instagram, que até então era rede social queridinha da moda, pela possibilidade de comercialização e sobretudo pelo layout bastante visual. Mas as marcas saturaram a rede com conteúdos cada vez mais editados, polidos e super produzidos. O que fez com que o Tiktok aproveitasse a deixa e ganhasse terreno com suas produções baseadas em uma ideia maior de autenticidade, de aparência sem filtro e com algoritmos que valorizam mais a possibilidades de viralização do que a quantidade de seguidores.
E foi assim que marcas começaram a entrar de cabeça em conteúdos voltados especificamente para o Tiktok. Um tutorial de como fazer um cardigan de crochê, por exemplo, liberado pela marca de Jonathan Anderson, foi um sucesso dentro do aplicativo.
A plataforma, então, estava preparada para receber cada vez mais investimento da indústria da moda, mas enquanto a situação não for definida, as grifes devem segurar os ânimos. E a concorrência já está pronta para abocanhar o mercado. O próprio Instagram lançou o Reels; e outros apps de compartilhamento de vídeos como o Byte, o Dubsmash e o Triller estão bem atentos. Este último inclusive já alcançou o primeiro lugar na App Store, da Apple, em 50 países na semana passada.
De toda maneira, fica a dica de alguns analistas em advertir as marcas que sejam mais cuidadosas em não colocar todo o seu dinheiro em apenas um tipo de rede social. Ainda mais considerando que a proibição a aplicativos não é algo inédito.
No ano passado, o Tik Tok perdeu seu maior mercado ao ser banido da Índia, junto com outros 54 aplicativos, a maioria chineses, também sob a alegação de que eles punham em risco a segurança nacional. A Índia e a China têm uma disputa geopolítica histórica na fronteira entre os dois países, que tem se agravado nos últimos tempos.
Já os Estados Unidos e a China estão em meio a uma guerra comercial, mas os críticos de Trump dizem que os motivos pra proibição vão além dos interesses do país. O fato de boa parte dos usuários do Tik Tok fazer oposição ao governo de Trump também pode ter pesado na decisão.
Pra lembrar de um evento marcante: em junho, o comício de Trump em Tulsa teve uma adesão bem abaixo da esperada, apesar da organização do evento ter recebido cerca de 1 milhão de inscrições. O que aconteceu foi que usuários do Tik Tok, entre eles, muitos fãs de K-pop, se mobilizaram pra reservar ingressos mesmo sem ter nenhuma intenção de comparecer ao comício. A organização do evento chegou a armar um telão do lado de fora do ginásio onde Trump faria o discurso pra acomodar a multidão esperada, mas no final das contas, o número de participantes não chegou a preencher nem as cadeiras do lugar.
Seja quais forem os motivos de Donald Trump, o fato é que a questão da segurança de dados dos usuários não é um problema exclusivo do Tik Tok. Basta lembrar que em 2018, o Facebook esteve envolvido num escândalo de vazamento de dados que atingiu cerca de 87 milhões de usuários. Esses usuários tiveram seus dados compartilhados com uma agência de marketing sem o seu consentimento e, pior, sem que nem soubessem que isso estava acontecendo.
Depois que o vazamento veio à tona, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg foi convocado pelo Senado americano pra dar explicações sobre o ocorrido. Na ocasião, além de pedir desculpas, Zuckerberg falou também que a empresa estava tomando medidas para coibir os discursos de ódio na rede social, mas que ainda poderia levar de cinco a 10 anos pra conseguir criar uma ferramenta eficiente pra identificar e barrar esses tipos de comentário.
De fato, dois anos depois das declarações de Zuckerberg no Senado, as redes sociais, de forma geral, estão longe de conseguir bloquear os discursos de ódio. A mudança mais significativa em relação a isso nesse período, na verdade, veio dos próprios usuários, que estão fazendo uma pressão cada vez maior pra que o Facebook e outras redes sociais tenham uma atuação mais rigorosa para combater os discursos de ódio e também as fake news.
Em julho, cerca de 1.000 companhias boicotaram o Facebook, retirando seus anúncios da plataforma. O boicote era parte da campanha Stop Hate for Profit, organizada por grupos da sociedade civil, que exigem que o Facebook tome medidas mais duras para barrar a propagação de conteúdos preconceituosos, ofensivos e que estimulam a violência. Adidas, Puma, Vans, Ford e Unilever foram algumas das grandes empresas que aderiram ao boicote. Um levantamento publicado no início do mês pelo New York Times, no entanto, mostra que apesar da adesão de anunciantes importantes, o movimento não chegou a abalar as finanças do Facebook. De acordo com dados divulgados pela empresa, a receita total vinda dos anunciantes cresceu 10% nas três primeiras semanas de julho, em relação ao mesmo período do ano passado.
Algumas companhias, como a Coca-Cola e a Ben & Jerry, planejam manter o boicote. Mas várias outras empresas já voltaram a anunciar na plataforma.
No Brasil, o Facebook está no meio de uma briga judicial com o STF. No final de julho, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio das contas de ativistas, blogueiros, empresários e políticos bolsonaristas no Facebook e no Twitter. Segundo o ministro, a medida visava a “interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”. Os usuários, no entanto, reconfiguraram suas contas para perfis no Exterior, e continuaram a postar nas redes. O ministro, então, ordenou a suspensão das contas no mundo todo. O Facebook, inicialmente, recusou-se a cumprir a decisão, mas acabou cedendo e fazendo o bloqueio no início do mês, depois do ministro aumentar de 20 mil para 100 mil reais a multa diária, por cada conta, pelo descumprimento da ordem. Mas a empresa avisa que vai recorrer da decisão.
A necessidade das redes sociais terem uma responsabilidade maior sobre o conteúdo que divulgam é apontada pela escritora, filósofa e colunista da ELLE Djamila Ribeiro. Djamila também participa da campanha Stop Hate for Profit, que a gente acabou de citar, e já foi alvo de ataques pesados nas redes. No final de julho, Djamila, junto com outras organizações sociais, entrou com uma representação no Ministério Público contra o Twitter. E explicou melhor pra gente porque resolveu tomar essa medida.
“Bom, eu vou entrar com uma representação, na verdade, já foi protocolada, uma representação contra o Twitter, porque tem pesquisas que mostram que mulheres negras são uns dos maiores alvos de ataque no twitter. Tem uma pesquisa da Anistia Internacional mostrando que mulheres negras tem 84% mais chances de receberem comentários desrespeitosos e a tese de doutorado do PHd em sociologia Luiz Valério mostra que 81% dos discursos de ódio que acontecem no Twitter são destinados a mulheres negras. Então, precisa haver uma melhora na política, uma maior punição às pessoas que cometem esse tipo de discurso, porque além disso tem uma questão do lucro que essas redes têm com o discurso de ódio.
Eu estou levando essa representação, é importante dizer que não sou eu sozinha, a Unegro de São Paulo, mais o Conaq, que é a coordenação nacional dos quilombolas, e a organização Mahin, que é a organização de mulheres negras da Bahia, estão entrando com essa ação coletiva, junto comigo, contra o Twitter, porque no Brasil o Twitter é o mais problemático que eu citei aqui, com essas pesquisas. E que lucram com esse discurso de ódio, seguindo a tese do Adilson Moreira, intelectual brasileiro Adilson Moreira, faz a exploração econômica do racismo e da misoginia e precisam se responsabilizar por isso. Porque esse tipo de ataque pode levar a adoecimento psíquico, eles podem levar a destruição de reputação e uma série de outras questões. E se mulheres negras são os maiores alvos disso, é necessário que o Twitter se responsabilize e encontre aí mecanismos para poder coibir esse tipo de ataque. E não não fazer nada e ainda por cima lucrar com isso, né, porque quando um tema está no trending topics, por exemplo, os anunciantes vão lá e anunciam e essas plataformas continuam ganhando dinheiro em cima desse tipo de discurso.”
Ainda falando de redes sociais – e da China – a Burberry acaba de inaugurar uma nova loja em Shenzhen, a cidade conhecida por ser um dos maiores centros tecnológicos do planeta. E não é uma loja qualquer. Nesse novo endereço, a Burberry quer implantar o conceito de Social Retail, uma forma de fazer compras que mistura o mundo físico com a experiência digital nas redes sociais.
A ponte que liga esses dois mundos é um miniprograma do aplicativo WeChat. Por meio dele, os clientes podem, por exemplo, reservar os itens que querem experimentar e até deixar pré-agendado um horário no provador – cada provador, por sinal, tem uma playlist própria.
Todos as peças da loja tem um QR code: quando você direciona a câmera do celular pra elas, pode ver mais informações sobre o produto em questão e fotos de modelos vestindo a peça.
Ao se cadastrar no miniprograma, o cliente ganha um avatar, que tem uma carinha meio de cervo, meio de raposa. Esse bichinho evolui conforme o engajamento do consumidor no aplicativo. Pra estimular esse engajamento, a empresa Tencent, que desenvolveu o aplicativo – e também é a dona do game Fortnite – criou até uma moeda pra rede. Quanto mais o usuário participa e compartilha suas atividades, mais moedas ele ganha.
Essa “riqueza” virtual depois pode virar roupinhas digitais pro seu avatar, novos personagens, além de recompensas físicas, como opções exclusivas no menu da cafeteria e acesso a um espaço especial da loja. De acordo com a descrição da marca, esse espaço, batizado de Trench Experience oferece uma jornada digitalmente imersiva através da natureza – que, claro, rende imagens ótimas pra compartilhar no seu perfil.
No dia 31 de julho foi lançado o novo álbum visual de Beyoncé, Black is King. A obra está conectada a uma série de parcerias que a cantora fez com a Disney. Beyoncé já havia assinado a trilha sonora da versão live action de O Rei Leão, que saiu ano passado, criando canções como a faixa Spirit, que você acabou de ouvir, além de dar voz à personagem Nala, que na história do filme é a amiga, parceira de Simba, o leãozinho protagonista.
E Beyoncé não parou por aí. Ela decidiu produzir uma versão própria dessa mitologia do príncipe perdido. Não é a primeira vez que cantora compõe obras musicais e visuais ao mesmo tempo. O formato foi explorado em 2016, quando ela lançou o álbum Lemonade e no filme Homecoming, documentário da Netflix sobre a cantora e sua apresentação no festival Coachella de 2018.
Filmado nos Estados Unidos, no Reino Unido e em alguns países africanos em 2019, Black is King conta com uma equipe predominantemente africana, incluindo cineastas, diretores, fotógrafos. As participações são estreladas contando com nomes como Lupita Nyong’o, Pharrell Williams, Naomi Campbell, Adut Akech, a amiga Kelly Rowland e a própria família, a mãe Tina Knowles-Lawson, o marido Jay-Z e a filha Blue Ivy.
O trabalho audiovisual de uma hora e vinte e cinco minutos, com 17 faixas musicais, foi lançado pela plataforma de streaming Disney+, que ainda não está disponível no Brasil. Ou seja, a obra não tem data oficial de estreia por aqui. Mas isso não foi um empecilho para a comunidade Beehive, os fãs da Queen B, que rapidamente espalharam clandestinamente o título pela internet para repercutir toda a sua carga visual extremamente rica, cheia de detalhes e com referências que devem ser exploradas aí por um bom tempo.
Ainda que uma ou outra crítica tenha sido feita a Beyoncé, dizendo que sua obra estereotipa o continente africano, a unanimidade é o esforço da cantora em colocar pessoas negras não só em lugar de destaque, mas de grandiosidade. De acordo com a resenha publicada no The Guardian, o musical é “uma carta de amor para a diáspora negra”.
E é uma carta bastante complexa, diga-se de passagem. Pausar cada frame do filme é encontrar uma série de referências intrincadas, seja na escolha de locação, no figurino, no acting, nos colaboradores… Tudo, dialogando com a ancestralidade negra, numa referência à diáspora africana, quando indivíduos foram forçadamente desvinculados de suas raízes. No filme, Beyoncé toca nisso lembrando das riquezas do continente africano e de que todos fazem parte de algo muito maior.
A própria artista vai definir da seguinte maneira. Abre aspas. “Quando pessoas negras contam as suas próprias histórias, podem mudar o eixo do mundo e narrar o verdadeiro passado de gerações de prosperidade e riqueza de alma, que não é o contado nos livros.” E isso fica evidente não só na abordagem do tema, mas nas letras das músicas e em frases potentes que ela solta, como quando fala. “Um dia você voltará para onde começou, mas mais forte.” Em outras palavras, o ciclo da vida, que ficou tão conhecido na obra do Rei Leão. E essa é uma questão que impacta de maneira específica a construção de identidade do indivíduo negro. Por isso que a obra constrói uma narrativa bastante conectada com a ideia de afrofuturismo.
Afrofuturismo, como explica, a professora, crítica e curadora de cinema Kênia Freitas, é a ideia de juntar a ficção especulativa com o protagonismo negro, além da experiência negra dentro da narrativa da obra. Em entrevista para o veículo Alma Preta ela diz: “Quando a gente fala sobre ficção especulativa, apesar do nome, falamos de uma ideia de construir o futuro. É sobre imaginar o futuro para pessoas negras, além de fabular o presente e reimaginar o passado. Não são necessariamente obras e narrativas que falam de futuro, mas obras e narrativas que especulam sobre o que poderá ser, o que poderia ter sido e como poderia ser o agora. No afrofuturismo se entende o tempo não de forma linear, mas cíclico, de que as coisas não estão dadas. Enxergar essa temporalidade cíclica é seguir em frente a medida que se olha pro passado.”
E no que diz respeito a moda? Aí Black is King é um capítulo à parte. Inclusive fica a dica pra própria Beyoncé fazer um documentário só sobre as escolhas de look deste álbum. Produzido por sua stylist, Zerina Akers, que é estilista, figurinista e uma das principais vozes da propagação de criativos negros na moda atualmente o vídeo segue como uma apresentação de semana de moda. A roupa de guepardo que ela usa, por exemplo, é alta-costura da Valentino. A Erdem aparece ali em outro momento do filme, num contexto de chás e tons pastel. A Burberry, por sua vez, assina o look com estampa de vaca, um vestidinho feito por Riccardo Tisci que vai ficar na memória. Thierry Mugler está na produção com cores do arco íris, enquanto Molly Goddard aparece no máxi vestido de tule magenta. E a segunda pele, com estampa de lua da estilista Marine Serre, viu a sua procura aumentar 426% porque a cantora a usou.
Além disso, são colocados neste precioso radar novos designers, como Michaela Stark, da Inglaterra, Alon Livne, de Israel, além de Loza Maléombho, criada entre a Costa do Marfim e os Estados Unidos, mas que nasceu no Brasil! O seu look listrado preto e branco, assim como toda a sua produção de roupas é um encontro multicultural como a própria história da estilista. E o Brasil também aparece em outro trecho, nos pés da Queen B, com o modelo hit clarita de Alexandre Birman em versão onça!
E os fãs de Camila Coelho no país estão que não se aguentam de ansiedade. Na segunda-feira, dia 3, a influencer brasileira lançou sua marca de cosméticos, batizada de Elaluz. Mas, por enquanto, os produtos estão à venda apenas nos Estados Unidos. No ano passado, ela lançou sua marca de roupas, a Camila Coelho Collection, e assinou uma linha de batons da Lancôme. A marca própria de beleza, no entanto, só chegou agora, depois de dois anos de preparação, segundo ela contou nas redes sociais.
Relembrando rapidamente a carreira da influenciadora: a Camila nasceu em Virginópolis, no interior de Minas Gerais, e se mudou pros Estados Unidos com a família aos 14 anos. Trabalhou como vendedora de maquiagem numa loja de departamentos e começou a fazer tutorais de beleza no YouTube em 2010. De lá para cá, a ascensão da mineira foi uma coisa vertiginosa. Hoje, aos 32 anos, ela tem por volta de 8 milhões e 800 mil seguidores no Instagram.
Pra sua marca Elaluz, Camila começou com os básicos de maquiagem em vez de sair logo com uma linha completa. Os dois primeiros produtos colocados à venda são um balm para os lábios e um lip tint, que também pode ser aplicado no rosto. Mais pra frente, devem ser lançadas as linhas de skincare, cabelo e, depois, mais make. De acordo com as informações da empresa, todos os produtos da marca são veganos, cruelty-free, sem glúten e livres de parabeno, sulfitos e ftalatos, entre outras substâncias prejudiciais. Nos vídeos em que apresenta a marca, Camila conta que fez questão de incluir nas fórmulas ingredientes brasileiros, como açaí, buriti e extrato de guaraná.
No final de agosto, o site da Elaluz deve começar a aceitar pedidos de outros países, incluindo o Brasil. Em vídeo no YouTube, Camila disse que também sonha em ter a marca presente fisicamente por aqui o mais rápido possível.
Mas, olha, a pessoa que gosta de uma boa make não tem um minuto de paz. Depois que Elaluz já estiver enviando pro Brasil, vai começar a espera pelos produtos da Selena Gomez. Pois é, a cantora anunciou na semana passada que vai lançar a sua marca de beleza, batizada de Rare Beauty, no dia 3 de setembro. De acordo com o post no instagram que anunciava a novidade, a Rare Beauty é uma maquiagem que “vai fazer você se sentir bem, sem esconder o que você tem de único”.
E você acha que acabou? Não. Quando a gente estava quase fechando esse episódio, o nosso repórter de beleza Pedro João veio com a notícia de que a Alicia Keys vai lançar uma linha de skincare em parceria com a marca E.L.F. Ainda não há mais informações sobre a novidade, que deve chegar ao mercado só em 2021. Fique ligado no Pivô e no nosso site que a gente avisa assim que descobrir mais detalhes.
E um velho conhecido dos brasileiros está virando moda lá fora. Com a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, consumidores norte-americanos, europeus e da Oceania estão adotando o velho e bom crediário na hora de ir às compras. Só que em vez da divisão do pagamento ser feita pela própria loja, como costuma acontecer por aqui, o parcelamento é possível graças a empresas especializadas nesse tipo de transação, como a Afterpay, a Klarna e a Affirm.
O recurso de fracionar a conta em parcelas quase indolores está ficando tão popular por lá que já tem até sigla própria: BNPL, de Buy Now Pay Later, ou seja, compre agora, pague mais tarde.
As empresas que oferecem esse serviço começaram a operar já antes da pandemia. Nos Estados Unidos, há cerca de 2 anos, várias lojas passaram a oferecer a opção de pagamento por meio dessas fintechs. Mas é no atual cenário que o Buy Now Pay Later pegou de vez.
Aí vem uma dúvida: as pessoas já não podiam parcelar as compras no cartão de crédito? Então, qual a novidade que essas empresas trazem? Bom, primeiro, um dado interessante: muitos millennials evitam ter cartão de crédito por medo de se endividar. De acordo com uma pesquisa realizada pelo TD Bank em 2019, 23% dos millennials norte-americanos não têm cartão de crédito. Com o novo método, parece que esses consumidores se sentem mais à vontade para pendurar a conta. Quando você parcela as compras por meio dessas empresas, você não tem a opção do cartão de dar aquele truque de pagar só o valor mínimo da fatura – e que depois vira uma bola de neve e faz aquele estrago no no orçamento.
Outro ponto é que o processo pra se cadastrar nessas empresas é quase imediato. No caso dos cartões de crédito, a pessoa tem que esperar por uma aprovação, que pode demorar alguns dias.
Entre as marcas que já aderiram a essa modalidade de pagamento estão H&M, Adidas, Asos, e também grifes de luxo, como Jimmy Choo, Swarovski e Oscar de La Renta.
As lojas que aceitam esse tipo de pagamento têm que repassar uma porcentagem do valor da compra pras empresas que fazem o parcelamento. Essa porcentagem geralmente é maior do que aquela paga pras companhias de cartão de crédito. Ainda assim, os varejistas estão vendo vantagem no negócio, porque, como a gente sabe bem por experiência própria, as pessoas tendem a gastar mais quando o dinheiro não sai do bolso imediatamente na hora da compra.
E pra fechar o episódio de hoje a dica é da nova integrante da equipe ELLE. É a Lelê Santhana, que muita gente já conhece das redes sociais. A Lelê é a criadora do perfil Das Modas, no Instagram, onde ela fala não só sobre moda, mas também sobre feminismo, questões de gênero, de raça e outros temas muito importantes. Aqui na ELLE, a Lelê vai trazer esse olhar antenado e uma visão da Geração Z pras nossas pautas. Fala, Lelê!
“Já que vocês comentaram sobre o Black is King e ele tem alguns momentinhos muito lindos com a participação da Naomi Campbell, a minha dica é sobre ela, mais especificamente o desfile da Versace do inverno de 91. Eu acho incrível como o Gianni criou essa vibração de estrela em torno das modelos, e esse desfile é muito sobre isso, tem o vídeo disponível no YouTube e o momento em que Naomi aparece junto com outras modelos de sua geração – a Linda Evangelista, a Cindy Crawford – é fascinante. Elas desfilam juntas, abraçadas, naquele catwalk cheio de personalidade, ao som de Freedom, do George Michael. Então, é a moda atravessando a cultura pop e um marco icônico da década de 90 e todos os momentos da Naomi nesse desfile são muito especiais. Vale a pena assistir. E está sempre fresco na mente essa aura, força e esse quê atrevido que Naomi transborda, porque celebrar gente que arrebate nunca é demais.”
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