SPFW N53 – PARTE 2
No último episódio do ELLE News, a gente já te deu um gostinho do que foram os dois primeiros dias da quinquagésima terceira edição da São Paulo Fashion Week. Hoje, nós damos sequência a cobertura desta que é considerada a maior semana de moda da América Latina.
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Começou no dia 31 de maio e foi até o último sábado, dia 4 de junho, a São Paulo Fashion Week N53, naquele formato híbrido que vocês já conhecem, com 22 apresentações presenciais e 19 digitais. E agora a gente te fala dos destaques.
Sem dúvida um dos desfiles mais emocionantes e conectados com o mundo que nós estamos vivendo hoje foi o do João Pimenta. Para o seu inverno 2022, o estilista preparou o que ele mesmo chamou de um cortejo fúnebre para a atual situação do país.
E eu vou te falar, viu! Quem estava na sala de desfiles sentiu quase que um soco no estômago, uma performance bastante forte de quem não esqueceu assim tão fácil as mazelas deixadas pela pandemia, entre outros horrores que a gente viu crescer no Brasil nos últimos anos, como desemprego e a fome.
A coleção, inteira preta, revelou principalmente um trabalho maior de superfície, ou seja, uma mistura de tecidos e texturas diferentes. Isso foi empregado naquela alfaiataria precisa pela qual João Pimenta já é conhecido, mas, dessa vez, também com um pouco de exageros. Pense em saias balão, ancas bem marcadas nas laterais do corpo, volumes na parte da frente, na parte de trás. Existe muita referência do vestuário de época, que vai da roupa de mosteiro, passa por capuzes medievais e chega a momentinhos renascentistas.
E ah! Vale lembrar que o casting é todo masculino, apesar de ter esses elementos característicos da roupa feminina do passado. Isso, claro, trouxe toda uma pegada queer para a imagem final. Outro destaque é que esse casting foi todo negro. Aliás, apenas 30% dos meninos que desfilaram eram modelos agenciados, os outros homens foram escolhidos pelo próprio estilista ao longo dos últimos meses. Enfim! Vale muito a pena conferir para checar a profusão de técnicas usadas por João Pimenta para contar a sua história.
Ainda falando de alfaiataria, outras três marcas que têm no DNA o trabalho com costumes, camisarias e tecidos planos chamaram a atenção. Claro, cada uma por uma razão.
A Anacê, por exemplo, neogrife de Ana Clara Watanabe e Cecília Gromann, desfilou na FAAP, em sua primeira apresentação física. Não faz tanto tempo assim que as duas saíram da faculdade, elas decidiram voltar ao local onde se formaram e iniciaram a marca para registrar mais uma vez sobre o que o trabalho da dupla se trata: uma alfaiataria sem gênero. Atenção nessa coleção para o styling, assinado por Maika Mano, e que colocou gravatas para fazer as vezes de chokers, pulseiras, cintos e tornozeleiras. Fora isso, os acessórios mostrados pela Anacê prometem fazer sucesso entre a sua clientela.
Já no desfile de Igor Dadona, o estilista apresentou a terceira e última parte de uma trilogia que ele iniciou na pandemia. Segundo o Dadona, o período foi muito difícil para ele e só agora ele está conseguindo emergir das profundezas. Por isso, a imagem escolhida foi mesmo a de um mergulho profundo. Daí vem os chapeuzinhos de marinheiro, os bordados que imitam corais em coletes de argyle e as blusas que imitam long johns, aquelas roupas de surfe, de neoprene. Nesse clima ainda levemente melancólico, o designer aproveitou para convidar o seu ídolo de adolescência, o Lucas Silveira, da banda Fresno, para desfilar. Quem conhece o trabalho do Igor Dadona bem sabe que ele adora uma pitada emocore no look.
Por último, ainda no quesito alfaiataria, Rafaella Caniello apresentou uma de suas coleções mais leves e maduras pela sua Neriage. Foi bonito de ver. E teve a sorte de acompanhar de perto, quem foi convidado para a apresentação que aconteceu no recém inaugurado hotel de luxo de São Paulo, o Rosewood. Na área externa, a estilista mostrou os seus típicos conjuntos de plissados, agora menores e mais delicados, além de vestidos amplos e casacos clássicos e confortáveis. Ao final da apresentação, a atriz e musa da coleção, Alice Braga, entrou de mãos dadas com a designer para celebrar a parceria.
É claro que a política não ficaria de fora da passarela, ainda mais neste ano de eleição. A Meninos Rei, por exemplo, marca dos irmãos Céu e Júnior Rocha, não decepcionou nesse sentido. Em um dos desfiles mais aclamados pelo público que acompanhou a apresentação no Senac Lapa Faustolo, os dois celebraram a diversidade, a liberdade e o respeito com um dos castings mais diversos e politizados dessa temporada. Todos eles exibiam as estampas e volumes acentuados pela qual a marca já é conhecida. No final do desfile, um modelo usando uma mochila como a daquela de entrega, carregada por motoboys, levantou um cartaz com os dizeres “Chega! Fora Bolsonaro”. A plateia foi à loucura.
Outro nome que usou a passarela para se fazer ouvir foi Naya Violeta. A designer convidou a artista e escritora Dona Jacira, que também é mãe de Emicida, além das ativistas Carmen Silva e Sônia Guajajara, para desfilarem as suas produções coloridas e cheias de estampas. Nesta coleção, as peças fluidas ganharam estruturas mais firmes como pepluns e coletes de matelassê, dando um balanço interessante para tudo. No meio da apresentação, Guajajara puxou uma bandeira com a frase São Paulo é terra indígena.
E dizer que houve bastante política não significa que não houve também muito fervo. Aliás, as duas coisas andam juntas, seja na apresentação de Walério Araújo, seja na performance de Isaac Silva. Walério Araújo, por exemplo, vem celebrando os seus 30 anos de carreira desde 2021. E dizer que a sua apresentação virou uma festa é uma baita redundância. Ainda assim, o estilista foi atrás de tudo o que fosse mais extraordinário em sua carreira para levar um show para as passarelas. Ele fuçou, por exemplo, parte de seu acervo e trouxe de volta o vestido amarelo de franjas usado por Rita Cadillac em sua performance no Carandiru. Walério também resgatou o seus tempos de feiras alternativas, lá da década de 1990, para lembrar a época em que conheceu drag queens, se aproximou da cena underground paulistana. Por isso, as suas roupas foram cheias de plumas, vinil, paetê!
Quem também transformou a passarela em festa, ou melhor, ballroom, foi Isaac Silva, que homenageou a lendária drag queen Márcia Pantera. No começo da apresentação, a passarela se transformou num desfile à la Paris is Burning, com várias mulheres trans e drags dançando e reverenciando o ícone LGBTQIA+ que fundou o bate-cabelo no Brasil. Todas em preto e branco, além de, claro, muito brilho, as peças da coleção “Panterona”, como foi chamada, fecharam com chave de ouro o evento. E ah! A própria Márcia Pantera cruzou a passarela em uma moto. Imagem para não se esquecer!
Quem veio de Salvador diretamente pra cobertura da SPFW pra ELLE Brasil foi a reporter Lele Santhana, e a gente pediu para ela falar um pouco sobre as suas apresentações preferidas!
“Dois desfiles que eu gostei muito foram Led e Misci. Na Led, o Célio Dias partiu de uma decepção amorosa que ele viveu. E, se nessas situações geralmente nós apenas sofremos, ele transformou a dor na melhor coleção da marca. Existe ali uma ideia muito transparente sobre a permissividade do sentir, sobre a coragem de botar pra fora, então a apresentação foi aberta por uma camisa com um bordado escrito “Querido Ex” e ela vai se desenrolando, com cristais que lembram lágrimas, com crochês bem delicados e muitos corações. Importante destacar que, em nenhum momento, esses corações aparecem quebrados, pra gente lembrar que ninguém nunca morreu de amor.
Já na Misci, o Airon Martin falou sobre famílias matriarcais. Ele é filho e neto de mães solo e quis homenagear essas casas regidas e sustentadas por figuras femininas. E algo que achei muito lúcido é que, conversando com o Airon no backstage, ele disse que em nenhum momento ele estava ali romantizando essa situação. Essas mulheres são batalhadoras, mas por necessidade. Em um mundo ideal e justo, não era pra elas carregarem toda essa sobrecarga sozinhas. Então eu já fui assistir ao desfile muito tocada por essa ideia, e vendo a coleção, que ganha aplicação de chupetas e decotes que expõe só um seio, em referência a amamentação, fiquei encantada pelas roupas e por essa alfaiataria super leve que o Airon faz. A Misci consegue deixar o design e o desejo numa medida muito equilibrada, então também foi um favorito meu nessa temporada”.
Mas como aqui a gente conta tudo, né, até mesmo os perrengues, vale falar um pouco de como foi puxado lá nos bastidores dessa edição do evento. Na semana passada, por exemplo, a gente já havia informado que a pulseirinha de credencial para os jornalistas era de papel e foi sugerido que a gente usasse elas pelos cinco dias seguidos.
Além disso, vale dizer que essa edição da SPFW rolou em duas locações: o SENAC, na Lapa, e o Komplexo Tempo, boate recém inaugurada na Mooca.
São 17km entre um lugar e outro. Logo, jornalistas e fotógrafos ficaram presos no trânsito no horário de pico, quando mudavam os turnos, e o cansaço acabou definindo a empreitada que foi assistir aos shows. Outras reclamações como falta de banheiros fora da sala de desfile e uma sala de imprensa minúscula e sem estrutura suficiente também foram relatadas por diferentes veículos.
Nós já falamos sobre isso no último texto de balanço do evento, que você pode ler na íntegra no site da ELLE, e o objetivo não é simplesmente criticar, mas lembrar que oferecer condições adequadas pra cobertura jornalística também precisa ser uma preocupação da organização. A imprensa é responsável, junto a uma sorte enorme de profissionais que participam da SPFW, por divulgar as coleções mostradas e criadas a duras penas pelos estilistas.
Nas redes sociais houve muito comentário também sobre o número de ex-BBBs presentes nas passarelas. Mas, assim como pontuamos também no texto de balanço em nosso site, se não fosse por eles, a semana teria ainda menos repercussão nas mídias mainstream. A lição que fica no final é que o segmento, que emprega milhares de pessoas no Brasil, merece mais investimento e atenção – e, claro, condições de trabalho adequadas.
Apesar dos pesares, algumas das coleções apresentadas nessa edição da SPFW foram as melhores que as marcas já fizeram – e esse é um crédito que devemos dar a elas. É interessante perceber como vários dos novos nomes do cenário atual da São Paulo Fashion Week levantam o público, que grita, vibra e se emociona a cada nova modelo que entra na passarela. Após muitos anos de atitudes blasé frente ao que era apresentado, é revigorante ver que o público geral que vai aos desfiles ainda engaja dessa maneira.
Criar e brilhar em meio ao caos que se instaurou não só no mercado de moda brasileiro, mas no país, é desafiador.
Leilão Daslu
E mais um capítulo da saga de ascensão e queda do império Daslu se encerrou esta semana. Na terça, dia 7, a marca Daslu foi arrematada em leilão pelo valor de 10 milhões de reais.
O leilão foi online e teve oferta inicial de 1,4 milhão de reais. Depois de uma disputa acirrada, com 32 lances, quem levou a marca foi a construtora Mitre Realty.
A empresa planeja usar o nome da grife em empreendimentos imobiliários de alto padrão em São Paulo. Com essa aquisição, a Mitre ganhou o direito também de explorar comercialmente as outras marcas relacionadas à Daslu, como Daslu Casa, Villa Daslu e Daslulu, que era divisão pra pets da grife.
Dando aqui aquele contexto básico pra quem não pegou a história do começo, a Daslu surgiu como uma boutique multimarcas no bairro da Vila Nova Conceição, em São Paulo, e virou um fenômeno do mercado de luxo com a abertura das importações, nos anos 1990.
A empresária Eliana Tranchesi, filha de uma das fundadoras, foi responsável por trazer ao Brasil grifes como Chanel, Gucci, Prada e dezenas de outras etiquetas de luxo.
Em meados dos anos 2000, a grife se mudou da Vila Nova Conceição para uma megaconstrução em estilo neoclássico na Marginal do Pinheiros. A mudança de endereço, em julho de 2005, marcou o ápice da marca, mas também o início da derrocada.
Menos de um mês depois da inauguração da nova sede, a Daslu passou por uma blitz realizada pelo Ministério Público, pela Receita Federal e pela Polícia Federal, por suspeita de operar um esquema de subfaturamento na importação de produtos.
A partir daí a Daslu entrou numa espiral descendente, com acusações de fraudes, sonegação fiscal e outros imbróglios, além de amargar uma queda colossal nas vendas e no prestígio.
O valor arrecadado no leilão deve ser usado para pagar as dívidas do processo de falência da empresa. Mas, antes de poder explorar comercialmente o nome Daslu, a construtora Mitre vai ter que esperar outro nó ser desatado nessa história.
É que antes mesmo de o leilão ser realizado, a empresa que administra a marca questionou na Justiça o valor estipulado para abrir os lances.
Eliana Tranchesi morreu em fevereiro de 2012, aos 56 anos, de câncer no pulmão, e a ação movida contra ela foi extinta depois do seu falecimento. Já o irmão e ex-sócio de Eliana, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, foi preso no final de maio por crimes contra a ordem tributária.
Prêmio LVMH
Steven Stokey-Daley. Se você ainda não conhecia esse nome, redobre a atenção. Nascido em Liverpool, na Inglaterra, o fundador da marca S.S. Dailey foi o vencedor do prêmio LVMH 2022, realizado em Paris no fim da semana passada.
Apesar de ser oficialmente uma etiqueta masculina, a S.S. Dailey segue uma linha agênero. O cliente mais famoso da marca, por sinal, é o cantor Harry Styles, que usa várias peças da grife no clipe da música Golden.
O evento teve ainda a entrega do Prêmio Karl Lagerfeld, que dessa vez não foi apenas para um finalista, mas para dois deles. Os escolhidos foram os designers estadunidenses Eli Russell Linnetz, da marca ERL, e Idris Balogun, da Winnie New York.
Chersace
Olha, essa coleção cápsula que a gente vai citar agora é bem reduzida e tem peças bem basiquinhas, mas é que o nome é tão bom que não deu pra resistir.
É a Chersace, collab feita entre a cantora Cher e Donatella Versace para celebrar o mês do orgulho LGBTQIA+ . São só duas camisetas, um par de meias e um boné, todos na cor preta, com a inscrição Chersace e a famosa Medusa da Versace.
Já os preços não são assim tão basiquinhos. O item mais barato são as meias, que custam 125 dólares. Já a camiseta com aplicação de cristais coloridos está sendo vendida por 3.350 dólares. O lucro arrecadado vai ser encaminhado à ONG Gender Spectrum.
Pucci tem nova CEO
Depois de Camille Miceli se tornar a primeira mulher na direção criativa da Pucci, a marca italiana tem mais um reforço feminino no time. E é lá em cima!
Na quarta-feira, dia 8, a grife anunciou que a belga Saar Debrouwere é a nova CEO da marca. Com passagens pelas marcas Raf Simons e Acne Studios, Saar estava trabalhando na empresa Icicle, baseada em Shangai, antes de ser convidada pra Pucci. A executiva assume o novo posto em julho.
Lançamento ELLE Decoration
E a semana foi de festa aqui na ELLE! Na quarta-feira, chegou a mais nova integrante da família, a ELLE Decoration Brasil.
E chegou em grande estilo, durante a semana de design de Milão, com lançamento no ELLE Deco Awards, o evento de premiação dos melhores designers do ano que reúne os diretores das 25 edições da ELLE Decoration no mundo.
Ou melhor, agora, 26, né? Porque o Brasil agora faz parte desse time. A primeira edição brasileira do título que é referência no mercado mundial tem 360 páginas, capa dura com acabamento superespecial. Quer dizer, não é uma revista, é um livro mesmo.
São quatro opções de capas diferentes e o recheio está realmente de babar. Tem entrevista com os irmãos Campana, com a trend hunter Li Edelkoort, com o arquiteto Tadao Ando, que é um ícone da estética brutalista, e com a arquiteta Patricia Urquiola, só pra citar alguns nomes.
Nos ensaios, claro, você vai ver casas assinadas por estrelas da área, como Marcio Kogan, e também peças de expoentes do design contemporâneo. Mas você sabe que na ELLE a gente gosta de ir bem além do conteúdo tradicional, né?
Assim como a gente costura a moda com outras questões fundamentais, a ELLE traz esse olhar também pra decoração. Um dos exemplos é o ensaio que reúne registros de moradias feitos por fotógrafos dos quatro cantos do país, que revelam a arquitetura brasileira na sua forma mais autêntica.
Tem desde um apartamento no Copan, em São Paulo, a uma palafita, no Amazonas, passando pela casa multicolorida de imigrantes ucranianos, no Paraná, e casas de pescadores na Bahia e em Alagoas.
Tem também uma reportagem que fala sobre projetos que alguns arquitetos estão desenvolvendo em parceria com comunidades indígenas, que aplicam saberes ancestrais de construção a desenhos contemporâneos, numa troca rica para os dois lados.
Enfim, é uma edição pra guardar pra sempre e folhear sempre que você estiver atrás de inspiração. Por enquanto, a publicação tem uma única edição por ano. Quer dizer, se perder essa, a próxima é só no ano que vem.
A ELLE Decoration Brasil já está à venda no nosso site e na nossa lojinha do Instagram, com frete grátis. Assinantes ELLE Premium têm 25% de desconto na compra do exemplar.
HOTEL ELLE
E tem mais notícia boa no mundo ELLE. O título que vem revolucionando o conceito de publicação de moda desde que foi criada, em 1945, agora está entrando no ramo de hotelaria.
Pois é, no outono europeu vai ser inaugurado o primeiro hotel da ELLE, em Paris. Trata-se da Maison ELLE, que vai contar com 25 suítes, além de um spa, em um endereço pertinho do Arco do Triunfo, um dos cartões postais da capital francesa.
O empreendimento é uma iniciativa do grupo Largardère, que detém a marca ELLE, em parceria com o Studio V, uma divisão do grupo hoteleiro francês Valotel.
E a ideia não é parar por aí, não! Para 2023, já está prevista a inauguração do ELLE Hotel em Jalisco, na costa do México. Essa segunda empreitada tem como parceiro a empresa ACTUR e terá a sustentabilidade e a proteção ambiental entre suas prioridades.
Há planos ainda de abrir outros hotéis com a bandeira da ELLE na Ásia e no Oriente Médio. E quem sabe por aqui também, né? Não seria nada mal.
Pílula de Beauté
A gente avisou na semana passada e lembra agora de novo: nosso querido editor de beleza Pedro Camargo está de férias, mas não é por isso que aqui você fica sem a sua pílula de beauté semanal. Dessa vez é a repórter de beleza Bárbara Rossi que assume o microfone e aproveita a esteira da semana de moda para te contar as principais tendências que ela pegou no evento. Conta mais, Bárbara!
“Gente, já quero começar esse papo fazendo um apelo: chega de make nada nas passarelas! É claro que uma pele glow com um olho discretinho tem o seu valor e seu espaço na beleza, mas quando essa combinação se torna regra, bate um tédio, né? Então, vamos falar de quem botou ousadia no babado?
Quem gosta de um drama, com certeza vai amar a beleza da Boldstrap, assinada por William Cruzes. Ele criou um olho gráfico preto que é bold mesmo. Essa pegada rock glamouroso, com olhão bem preto, veio também na maquiagem de À La Garçonne, idealizada por Celso Kamura.
Agora, para quem é fã de cor, vale dar uma olhadinha na make de Angel Moraes para a Ateliê Mão de Mãe, que tem uma sombra alaranjada intensa que vai das pálpebras às têmporas. Belíssima! Essa mesma ideia de extrapolar a região dos olhos com cor foi usada por Marcos Costa na beleza do desfile de Lino Villaventura, com um roxo metalizado muito lindo.
E sabe aquelas pedrarias na maquiagem, bem naquela vibe Euphoria, que a gente já tem visto há um bom tempo nas passarelas e tapetes vermelhos? Elas seguem bombando. A Vale Saig usou aplicações por todo o rosto no desfile de Igor Dadona e Helder Rodrigues optou por colocar as pedrinhas abaixo dos cílios inferiores na beleza da LED. Um bafo!
Para o cabelo, o SPFW deixou basicamente duas opções pra gente: o totalmente natural, sem se preocupar com frizz e volume, ou o com textura molhada. Escolha seu favorito e arrasa, bebê.
Um beijo para vocês e até a próxima!”
Dica Cultural
E para finalizar o episódio de hoje, nossa editora de cultura, Bruna Bittencourt, conta um fato, no mínimo interessante. Acredita que uma cantora e um hit da década de 1980 fizeram mais sucesso nessa última semana do que, por exemplo, o queridinho Harry Styles? Explica pra gente, Bru!
Aconteceu o inusitado: Running Up that Hill, canção de 1985 de Kate Bush, alcançou nesta semana o primeiro lugar da lista mundial das mais ouvidas do Spotify (aquele onde Anitta já esteve), desbancando Harry Styles com faixa do seu novíssimo álbum.
O feito foi possível graças a Stranger Things, série blockbuster da Netflix ambientada em meados da década de 80. Na trama, a personagem Max, que costuma escutar Running Up that Hill em seu walkman, é salva por essa música. E não vamos dar mais spoilers!
Por causa do sucesso, Kate fez uma rara declaração, pontuando que a música está recebendo uma nova vida pelos jovens fãs.
Running Up that Hill apareceu originalmente em Hounds of Love, quinto álbum da cantora que ela mesma produziu e compôs, em grande parte com um sintetizador – e estamos falando de quase quatro décadas atrás.
A cultuada cantora inglesa tem outro hit que apareceu em série recentemente. A belíssima This Woman’s Work é trilha de uma cena bem impactante do primeiro episódio da segunda temporada de The Handmaid ‘s Tale – e tem tudo a ver com o contexto da trama.
Experimental, o trabalho da cantora ecoa até hoje em artistas como Tori Amos e FKA Twigs. Por aqui a gente fica com outro hit de Kate, Wuthering Heights.”
Kate Bush – Wuthering Heights – Official Music Video – Version 1
www.youtube.com
Este episódio usou trechos das músicas Back to Black, de Amy Winehouse; Dor Elegante, de Itamar Assumpção; Apesar de Você, de Chico Buarque; Golden, de Harry Styles; Believe, de Cher; Wannabe, das Spice Girls; e A Casa é Sua, de Arnaldo Antunes; e Vermelho de Gloria Groove.
E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro.
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Agora, bora sextar. Até semana que vem!
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