No aniversário de São Paulo, descubra 5 fatos surpreendentes sobre a cidade

Touradas, moeda própria, diligências ao estilo do Velho Oeste: descubra curiosidades pouco conhecidas sobre a capital paulista, que completa 470 neste 25 de janeiro.


Aniversário de São Paulo



Imagine comprar ingressos para uma legítima tourada em plena Praça da República, em São Paulo. Ou, então, uma passagem para uma viagem de diligência até Santos, como no Velho Oeste. 

Pois acredite: isso foi possível um dia na capital paulista, que,  aliás, já foi totalmente murada para proteger os habitantes, tal qual um cenário de Game of Thrones.

No aniversário de São Paulo, que completa 470 anos neste 25 de janeiro, selecionamos cinco curiosidades referentes à cidade que os seus moradores e visitantes praticamente desconhecem. Quem sabe você tenha até uma jazida de ouro enterrada no quintal?

Ouro no Jaraguá

Ao contrário do que muita gente pensa, o ouro no Brasil não foi descoberto em Minas Gerais, e sim na cidade de São Paulo. Mais precisamente no Morro do Jaraguá, na Zona Oeste. 

Em meados do século 16, foram encontradas as primeiras jazidas de ouro na região, que, claro, atiçaram a cobiça dos colonizadores portugueses e até dos padres jesuítas. 

Mais tarde, surgiram minas auríferas em lugares onde hoje estão cidades da região metropolitana, como Mogi das Cruzes, Itapecerica da Serra e Guarulhos.

Entre 1600 e 1820, foram produzidas na província de São Paulo 4.650 arrobas de ouro, segundo o livro As minas de ouro e a formação das capitanias do Sul, do historiador Nestor Goulart Reis Filho, professor emérito da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). 

Segundo o professor, muitas pepitas de ouro ainda podem estar escondidas no solo paulistano. “Mas não compensaria uma mineração em larga escala”, esclarece Reis Filho aos dispostos a se aventurar por uma nova corrida do ouro no seu bairro. 

 

Casa da Moeda paulistana

São Paulo já fabricou o próprio dinheiro. Em 1601, na esteira da descoberta do ouro no Jaraguá, a Coroa portuguesa instalou uma casa de fundição em São Paulo, próxima ao atual Pátio do Colégio, no Centro.

Essa rudimentar casa da moeda antecedeu a de Salvador, fundada em 1694 e que se transformou na atual Casa da Moeda do Brasil. 

As moedas paulistanas eram feitas com autorização do governo de Portugal para suprir a circulação de dinheiro na isolada vila de Piratininga.

Muito tempo depois, durante a Revolução de 1932, diante das dificuldades por causa da guerra contra o governo federal, os paulistas voltariam a imprimir dinheiro para circulação própria. Eram chamados de “bônus da revolução”. 

 

Cidade murada

A exemplo das cidades medievais, São Paulo já foi uma vila cercada por muros de proteção por todos os lados, contra os inimigos e animais ferozes. 

Nessa época, todos os paulistanos viviam numa espécie de condomínio fechado. Segundo Reis Filho, os muros eram feitos de taipa de pilão, que começaram a ser erguidos por volta de 1560.

Nessa época, a vila era minúscula, com umas poucas ruas no entorno do colégio dos jesuítas, e reunia, no total, não mais do que 200 moradores. Depois, com o crescimento do núcleo urbano no século 17, novos muros foram levantados em um perímetro hoje correspondente ao Centro Velho. 

 

No tempo das diligências

Quem assiste aos filmes de Velho Oeste já se deparou com cenas das famosas diligências puxadas por cavalos cruzando estradas poeirentas do oeste estadunidense. Pois as diligências também circularam por aqui. 

Nas primeiras décadas do século 19, existiam empresas, como a Diligência Progresso e a Viação Rio Grande, que ofereciam aos passageiros viagens de diligências entre São Paulo e Santos, pela Calçada do Lorena, antigo caminho do mar. 

As saídas tinham horários determinados e a viagem durava um dia inteiro, com direito a almoço na serra. As diligências resistiram até a inauguração da ferrovia da São Paulo Railway, em 1867.

 

Um olé na Praça da República

Última revelação surpreendente para marcar este aniversário de São Paulo: a Praça da República, no Centro, já abrigou touradas, nos moldes das que existem na Espanha. As touradas começaram a ser realizadas a partir de meados do século 19 e resistiram até o começo do século 20. Nessa época, a praça se chamava Largo dos Curros. 

Havia toda uma estrutura montada para receber os espetáculos, com arquibancadas de madeira e arena onde os “olés” eram ministrados pelos toureiros (ou pelos touros, em caso de derrota). 

Com a urbanização do chamado Centro Novo e a inauguração da Escola Caetano de Campos na praça, em 1894, aos poucos o perfil da região foi mudando e as touradas, felizmente, foram extintas.

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