Livro reúne tapeçarias de Burle Marx criadas entre 1950 e 1980
Obra apresenta pesquisa do arquiteto e historiador Guilherme Mazza Dourado sobre tapeçarias de Burle Marx.
Tapeçarias de Burle Marx criadas entre 1950 e 1980 foram reunidas no livro Burle Marx Tapeceiro (Luste Editores, 232 páginas), recém-lançado pelo arquiteto e historiador Guilherme Mazza Dourado.
Roberto Burle Marx (1909-1994) ficou mais conhecido por seus jardins e projetos de paisagismo, como os do Parque do Flamengo e Palácio Capanema, ambos no Rio de Janeiro. No entanto, ele também fez murais, cenários, figurinos, pinturas e joias. Na tapeçaria moderna, foi um dos pioneiros no país, como conta Dourado em seu livro.
Tapeçaria de 1986, de Burle Marx. Foto: Ding Musa
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Burle Marx Tapeceiro reúne fotos, recortes de jornais, além de desenhos do artista. Com 232 páginas, a obra foi dividida em três partes. Na primeira, “Ingresso na Arte Têxtil”, o autor conta como Burle Marx estreou na tapeçaria, em 1953, ao criar uma peça para o empresário Ernesto Waller. Seu desenho foi enviado à confecção em Aubusson, na França, cidade a 200 quilômetros de Paris, com tradição na produção de tapeçarias.
Em “Trabalhos em Brasília”, aparecem as encomendas feitas para os órgãos governamentais e residências oficiais da capital, como as tapeçarias do Palácio Itamaraty e do Salão Negro do Congresso Nacional. Essa última, de 4,83 metros de comprimento por 3,28 metros de altura, foi recentemente restaurada, após ser danificada durante os ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
Tapeçaria do Itamaraty (1965-67) Foto: Cesar Barreto
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Por fim, há o capítulo “Parcerias com Clemente Gomes”, sobre a relação profissional entre o artista e o empresário, que acarretou a criação da Indústria de Trabalhos Manuais (ITM) em São José dos Campos, em São Paulo. O lugar fabricou dezenas de tapeçarias de Burle Marx até o encerramento das atividades em 1988.
O livro conta que vários desses trabalhos produzidos na ITM hoje pertencem a coleções públicas e particulares no país e no exterior, como o caso de duas tapeçarias de 1971 integradas à coleção do The Art Institute of Chicago, nos Estados Unidos, que as adquiriu do espólio do arquiteto paisagista Conrad Hamerman, em 2017.
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