Jungle segue firma na pista

Tom McFarland fala à ELLE sobre o mais recente disco do grupo, os vídeos coreografados que se tornaram marca do Jungle e o Brit Award de melhor banda de 2023.


Josh Lloyd-Watson e Tom McFarland, o Jungle
Foto: Arthur Williams



Apenas em junho, o Jungle passará pela Alemanha, Polônia, Lituânia, Estônia, Noruega, Letônia, Finlândia, Irlanda, Inglaterra e Dinamarca. E o ritmo segue intenso nos próximos meses para a banda, premiada como o melhor grupo britânico de 2023 pelo Brit Awards e que faz muita gente dançar com sua mistura de soul, dance e disco.

No fim de março, o grupo esteve pela quarta vez no Brasil como uma das atrações do Lollapalooza São Paulo. “Temos uma conexão muito boa com o público brasileiro”, conta Tom McFarland, que ao lado do amigo de infância Josh Lloyd-Watson forma o núcleo central do Jungle (ao vivo, os dois são acompanhados por outros músicos).

LEAD SHOT 2 credit LYDIA KITTO Easy Resize.com

Josh Lloyd-Watson e Tom McFarland, o Jungle Foto: Lydia Kitto

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No Lolla, se apresentaram no início da noite de uma sexta-feira chuvosa. “Estava um clima britânico perfeito, nos sentimos em casa”, ri Tom. “Tocamos no Lollapalooza da Argentina e do Chile, mas o do Brasil é realmente o mais impressionante de todos”, diz. “Acho incrível ver a rapidez com que as pessoas adotaram o novo álbum. Às vezes, pode levar um ou dois anos para que as pessoas entendam o novo material.”

O novo material em questão é quarto álbum da banda, Volcano, lançado em agosto do ano passado. O disco contou com a adição de uma voz feminina, a de Lydia Kitto, que já vinha fazendo backing vocals para o grupo. É de Lydia os vocais de “Back on 74”, faixa que viralizou no TikTok e foi trilha de campanha da Gap codirigida por Josh.



Junto com o álbum eles lançaram um filme homônimo de 50 minutos, com coreografias para todas as faixas, apresentadas na mesma ordem do disco. Desde o primeiro disco, o Jungle criou uma estética própria com vídeos protagonizados por dançarinos, dirigidos por Josh. “Talvez faremos Jungle, o musical. Vamos levá-lo a Broadway”, brinca Tom sobre como se superar após criar um filme para Volcano.

O músico falou à ELLE sobre os vídeos do novo álbum, vencer o Brit Awards e da consolidação de Lydia na banda:

Volcano, o novo disco

Acho que estávamos apenas em busca de mais energia, de vibração. Queríamos fazer um álbum que se traduzisse facilmente ao vivo e que garantisse um set list cheio de músicas animadas. Isso era algo que estávamos ansiosos para encontrar na banda. Fizemos Volcano tentando não pensar demais, acreditando nas ideias originais, sem editar muito. A validação que recebemos da plateia quando tocamos ao vivo nos dá ainda mais confiança.”

 

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Lydia, na linha de frente do Jungle

“Ela era cantora de uma banda que fez turnê conosco em 2018 na Europa e nos tornamos bons amigos. Quando estávamos gravando nosso terceiro álbum (Loving in stereo, de 2021), Lydia fez alguns backing vocals. Ela também cantou em ‘Keep moving’, que foi um dos grandes singles do disco. Entre esse e o quarto disco, estávamos no estúdio fazendo uma sessão para o que acabou se tornando os singles ‘Good times’ e ‘Problemz’ (faixa de Volcano). Eu, Josh e Lydia ainda não havíamos experimentado estar no estúdio juntos e a criatividade foi muito forte, muito natural. Ela começou a fazer a turnê do terceiro disco conosco como backing vocal e naturalmente se tornou parte do processo criativo do quarto álbum. Nós terminamos o disco e foi tipo ‘uau’. Então, basicamente, Lydia está no Jungle, o que é bem legal.”


O Jungle durante apresentação no Brit Awards

O Brit Awards de melhor banda britânica de 2023

Obviamente, o prêmio é um reconhecimento incrível e estamos muito honrados por tê-lo recebido, mas já fazemos isso há dez anos e temos feito do nosso jeito. Há uma certa sensação como se a indústria musical britânica finalmente reconhecesse nosso trabalho. Mas não acho que isso vá mudar o que fazemos porque a razão pela qual estamos aqui, agora, é porque nunca mudamos isso e porque sempre fomos muito fortes em relação aos nossos conceitos e ao que criamos. Então, é muito bom ser reconhecido pelos colegas, mas não acho que isso terá um impacto significativo. Fazemos música porque amamos, assim como adoramos fazer vídeos e shows. Em relação às apresentações, o resto do ano já estava reservado e organizado. Espero que isso signifique que os ingressos para nossas apresentações se esgotem mais rapidamente e que haverá mais público para nós nos festivais. Isso seria incrível.”

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Os vídeos coreografados 

Acho que a música é o foco principal, mas assim que o álbum começa a tomar forma, naturalmente passamos a pensar na criação do lado visual, porque ambos são importantes para nós. Qual é a ideia mais simples para um videoclipe? Para nós, sempre foi dançar. O movimento de um corpo ao som de uma peça musical é algo primitivo, instintivo. Sempre gostamos de assistir a videoclipes que têm dança, seja de Michael Jackson, seja do Justin Timberlake. Essa foi a ideia inicial. Quando chegou a hora de fazer o segundo vídeo, nos perguntamos: ‘O que vamos fazer?”. Vamos ter mais dançarinos, porque esse parece ser um bom conceito e é algo que amamos e em que investimos. Como tudo no Jungle, temos uma ideia, levamos adiante e isso se torna algo que parece conceitual e estar profundamente enraizado no que fazemos artisticamente.”

OPTION 1 credit ARTHUR WILLIAMS

Tom e Josh Foto: Arthur Williams

Novas influências musicais

Há um grupo incrível chamado Say She She, de Nova York. São três garotas que cantam juntas em harmonia e fazem um disco retrô incrível. Há uma cena incrível de jazz no Reino Unido que está explodindo. Tenho certeza que você já ouviu falar do (quinteto) Ezra Collective e de artistas como (o baterista) Moses Boyd. Parece que Londres no momento está apontando o caminho em termos da cena musical global internacional.” 

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