Os melhores filmes de 2023

Conheça os eleitos da equipe da ELLE. Spoiler: não tem "Barbie" nem "Oppenheimer".


Imagens de Priscilla, Anatomia de uma queda e outros filmes de 2023



A produção cinematográfica de 2023 foi bem além do duelo entre Barbie e Oppenheimer e da crise em torno da greve de atores e roteiristas. Confira as escolhas do time da ELLE de filmes que chegaram aos cinemas ou aos streamings no Brasil ao longo deste ano:

Anatomia de uma queda, de Justine Treat
“Exibido por aqui durante a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o longa se vale da máxima de Chacrinha, ‘eu vim para confundir e não para explicar’. A história é sobre uma família cujo patriarca morre de forma trágica e misteriosa, colocando sua esposa como principal suspeita. Além dos shows de atuação nos tribunais, tem mil camadas – machismo, relacionamentos, sexualidade, maternidade, paternidade, saúde mental, ambição profissional – que atravessam a narrativa deixando tudo ainda mais interessante. Mais do que isso já vira spoiler.”
Luigi Torre, diretor de moda da ELLE

Onde assistir: estreia em 22 de fevereiro nos cinemas brasileiros

Priscilla, de Sofia Coppola
“Escolher o filme do ano me fez pensar que estamos assistindo a muitas séries, penalizando a produção cinematográfica. Registro feito, escolho Priscilla, exibido no Festival do Rio. Sofia Coppola fez um filme sobre a jornada de amadurecimento de Priscilla Presley ao lado de Elvis, colocando o rei do rock como coadjuvante – às vezes encantador, às vezes abusador. Mais uma vez, a diretora fez um filme sensível, que desconstrói um casamento midiático e o conto de fadas da jovem escolhida pelo rockstar. Em entrevista com participação da ELLE, Sofia contou como andava sentido falta de reenquadrar histórias sob a perspectiva feminina. Dito e feito.”
Bruna Bittencourt, editora de cultura da ELLE

Onde assistir: estreia em 4 de janeiro nos cinemas brasileiros, com pré-estreias a partir do dia 26 de dezembro.

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Monster, de Hirokazu Kore-eda
“Diretor de Assunto de família (2018), Hirokazu Kore-eda é um excelente contador de histórias. Em seu novo drama familiar, vencedor do prêmio de melhor roteiro na última edição do Festival de Cannes, o cineasta japonês discute muitos temas pertinentes, entre eles o bullying e a homofobia, de forma delicada, mas potente, mostrando que a verdade pode ter muitos lados. Na trilha, músicas do compositor Ryuichi Sakamoto, falecido em março deste ano.”
Gustavo Balducci, editor de arte digital

Onde assistir: em cartaz nos cinemas

Fale comigo, de Danny Philippou e Michael Philippou
“O filme entra na seara das produções de terror que transformou a forma de falar de possessão. A A24 não erra! Tem muitos sustinhos, mas vale a pena”
Giuliana Mesquita, editora-assistente on-line da ELLE

Onde assistir: disponível para aluguel na Apple TV e YouTube

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Holy Spider, de Ali Abbasi
“Inspirado em uma história real, o filme expõe a vulnerabilidade de prostitutas muçulmanas, que são o alvo de um serial killer em nome do que ele entende como uma missão pessoal e religiosa, numa cidade sagrada do Irã. Holy spider nos lembra que existem prostitutas nas ruas de países islâmicos, usando o hijab e desprotegidas de absolutamente tudo, mas que tem uma vida normal além deste trabalho, como qualquer outra muçulmana. Gosto de filmes que retratam mulheres, principalmente fora dos lugares comuns ocidentais, e que nos mostram essas diferenças culturais. Holy spider deu a Zar Amir Ebrahimi, que vive a repórter que investiga o serial killer, o prêmio de melhor atriz do Festival de Cannes de 2022″
Ingrid Spritzer, analista de marketing

Onde assistir: Mubi

Decisão de partir, de Park Chan-wook, e Afire, Christian Petzold
Barbenheimer foi o evento de 2023. Assassinos da lua das flores mostra que Martin Scorsese permanece essencial aos 81 anos. Foi um ano ótimo para o cinema, apesar dos efeitos pós-pandêmicos, do avanço do streaming e das greves de roteiristas e atores. Muitas obras só estreiam em 2024 no Brasil, mas duas que já foram lançadas são brilhantes: Decisão de partir, do sul-coreano Park Chan-wook (Oldboy), que saiu em janeiro, e Afire, do alemão Christian Petzold, que chegou aos cinemas em novembro. Ambos falam de relações complicadas entre homens e mulheres, mas são muito diferentes: Decisão de partir é um suspense estiloso, com flashbacks invadindo as cenas do presente, e Afire é um melodrama contido, em que nada parece acontecer, mas tudo acontece, só que sob a pele. O amor – inexplicável, incontrolável – continua sendo um grande tema para o cinema.”
Mariane Morisawa, jornalista, crítica de cinema e colaborada da ELLE

Onde assistir: aluguel na Apple TV, Prime Video e YouTube (Decisão de partir)

 

 

 

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