Troye Sivan fala à ELLE sobre ser um ícone LGBTQIAP+ da nova geração
Indicado ao Grammy pela terceira vez, o cantor contou sobre sua relação com a moda e sobre suas motivações como ator.
Para Troye Sivan, ser indicado ao Grammy pela terceira vez parecia algo fora do alcance. Aos 29 anos, o cantor e compositor sul-africano conta que foi pego de surpresa, no início deste mês, quando viu seu nome na categoria de melhor gravação de pop dançante com a música “Got me started”. “Ver isso acontecendo de novo pareceu um momento de ‘alguém me belisque’”, disse ele à ELLE, da Austrália, enquanto se prepara para uma rodada final de shows em 2024.
Até o mês passado, ele e sua amiga de longa data Charli XCX estavam juntos na turnê SWEAT, que esgotou mais de 20 shows nos Estados Unidos e no Canadá, promovendo as músicas de Brat (2024), disco responsável por transformar a cantora britânica em um dos nomes mais falados do pop neste ano, e Something to give each other (2023), o terceiro álbum de estúdio (e o primeiro em cinco anos) de Sivan.
Inicialmente concebido como um disco sobre o término de um relacionamento, o trabalho acabou se tornando uma celebração das experiências queer vividas por ele ao longo da carreira, além de incluir os singles “Rush” e “One of your girls”. O último ganhou ainda mais destaque com o lançamento de um videoclipe no qual o cantor aparece como drag queen. Só no YouTube, são mais de 40 milhões de visualizações.
Em paralelo, Troye participou da polêmica minissérie The idol, idealizada por The Weeknd e Sam Levinson para a HBO, exibida no ano passado. Atuar é algo que ele vem fazendo desde a infância, quando interpretou a versão jovem do personagem de Hugh Jackman no longa X-Men origens: Wolverine (2009).
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Neste mês, Troye, com toda sua influência na comunidade LGBTQIAP+, foi anunciado como embaixador da Smirnoff. Em uma ação com a marca, receberá dois fãs brasileiros na Austrália para sua apresentação na Ópera de Sydney, no próximo dia 29 de novembro.
Confira a seguir o papo da ELLE com o cantor, que se apresentou no Brasil há cinco anos, no Lollapalooza:
Você ficou famoso na internet, em 2013, quando publicou um vídeo em que se assumiu gay. De lá pra cá, se estabeleceu não só como um ícone da música pop, mas também um importante representante da comunidade LGBTQIAP+. Como você se relaciona com isso?
Isso é simplesmente o maior elogio de todos. Quando estava crescendo, fui muito inspirado por artistas que percebia que eram autênticos e fiéis a si mesmos, e eles foram muito importantes para a minha formação. Então, ver que talvez eu seja isso para algumas pessoas é muito legal.
Seu último disco mistura seu lado sensual e o emotivo. Como foi trabalhar em Something to give each other? O que você aprendeu sobre si mesmo durante o processo?
Something to give each other foi o meu processo favorito de criação de um álbum. Fiz com pessoas que amava. Não diria que foi sem esforço, porque trabalhamos muito nele, mas, ao mesmo tempo, foi muito divertido e não forçamos nada. Sabia que queria capturar uma certa sensação e que não iria parar até ter músicas que me fizessem sentir exatamente como a vida estava naquele momento. Então, levamos nosso tempo e nos divertimos. Foi uma experiência linda.
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Você foi novamente indicado ao Grammy. Como recebeu esse tipo de reconhecimento?
Parece muito surreal. Acho que, para mim, ser indicado a um Grammy era meio que um sonho de vida. No ano passado, quando isso aconteceu pela primeira vez, foi uma coisa inacreditavelmente transformadora e insana. Não dormi naquela noite, fiquei muito emocionado. Também tive a melhor noite da minha vida no Grammy, em 2023. Agora, ver isso acontecendo de novo, pareceu um momento de “alguém me belisque”, não foi só um sonho que aconteceu uma vez e nunca mais vai se repetir. Foi muito legal.
“Quando estava crescendo, fui muito inspirado por artistas que percebia que eram autênticos e fiéis a si mesmos, e eles foram muito importantes para a minha formação.”
Sua turnê está chegando ao fim. O que você gostaria de fazer depois?
Estou muito feliz por termos mais alguns shows porque isso significa que teremos uma espécie de pouso suave de volta à rotina. Quanto ao que virá a partir de agora, acho que quero tirar um tempo para ter algumas experiências de vida, relaxar e, com sorte, começar a fazer mais música.
Após The Idol, você pretende voltar a atuar?
Acho que sim. Definitivamente, me sinto mais confortável na música, e acho que atuar para mim sempre foi algo que gostei de fazer esporadicamente, quando o projeto é realmente empolgante ou quando as pessoas que estão trabalhando no projeto são interessantes. Não é algo que pense todos os dias, mas se o projeto certo aparecer, gostaria de fazer.
Você tem uma relação muito próxima com a moda. A turnê SWEAT foi marcada por mais de 100 looks, de mais de 40 designers, incluindo peças assinadas e personalizadas para você por grifes como Mugler, Dilara Findikoglu e Luar. Como o universo da moda te inspira?
O que mais amo na moda é a ideia de transformação e como ela pode mudar a maneira como você se sente. Gosto muito de usá-la como uma forma de arte, como qualquer outra, e é uma ótima maneira de se expressar, brincar e ultrapassar os limites de quem você é e de como você se sente.
Qual é a sua bebida favorita com vodca? Você experimentou caipirinha quando esteve no Brasil, em 2019? É um drink que combina muito bem com vodca.
Nunca provei caipirinha, então vou experimentar na próxima vez que estiver aí. Minha bebida favorita com vodca é provavelmente martíni.
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