MFW: Moschino, verão 2025

A coleção da Moschino apresentada nesta quinta-feira (19.09), na semana de moda de Milão, pode ser considerada a primeira feminina completa desde que Adrian Appiolaza assumiu o posto de diretor criativo. Explico: o estilista argentino foi contratado semanas antes da temporada de inverno 2024, após a morte repentina de Davide Renne,e teve pouco tempo para conceber como seria a moda da etiqueta sob seu comando. O desfile de verão 2025 mostra com mais clareza esse caminho.

MFW: Moschino, verão 2025. Foto: Getty Images

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Depois de dez anos de referências ultracamp sob direção de Jeremy Scott, que deixou o cargo em 2023, a marca se reconecta com o humor de seu fundador Franco Moschino: mais sutil e irônico e menos caricato. Na coleção Piece of sheet – uma brincadeira com a expressão piece of shit (pedaço de merda, em inglês) e lençóis ou folhas (sheet) –, o atual diretor parte de tecidos brancos para criar vestidos amarrados no corpo, diversos modelos de camisa, camisetões, jaquetas e um tubinho com a frase Tubino or not tubino (outra paródia, agora o to be or not to bed, de Hamlet, de Shakespeare).

Alguns looks aparecem com estampas trompe l’oeil – rabiscos e caneta nos contornos de um trench coat – inspiradas em obras do do artista britânico Judy Blame. Outro padrão com destaque são os poás, uma obsessão de Franco que extrapola roupas e vira tatuagem na pele.

MFW: Moschino, verão 2025. Foto: Getty Images

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A ideia é ressignificar itens do dia a dia e olhar para eles com mais carinho. Daí as bolsas-chaleira, as em formato de embalagem de água sanitária – a Q-boa by Moschino –, a jaqueta puffer de tecidos de almofadas e as pérolas em forma de harness.

As propostas mais interessantes surgem quando o estilista une dois vestidos – um little black dress na frente e outro com estampa de toalha de mesa atrás – e nas saias usadas com os zíperes abertos (uma tendência curiosa da temporada).