NYFW: Coach inverno 2024
Com foco em Nova York, o diretor criativo da Coach, Stuart Vevers, fala sobre acesso e a relação da geração Z com o luxo.
Há dez anos como diretor criativo da Coach, Stuart Vevers sempre encontra uma maneira de projetar Nova York nas coleções da marca estadunidense. Na temporada passada (verão 2024), por exemplo, o estilista britânico interpretou os arquétipos da cidade através da sua memória sobre ela.
Coach, inverno 2024. Getty Images
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Agora, para o inverno o 2024, ele fala sobre acesso e a relação da geração Z nova-iorquina com o luxo. “Os códigos tradicionais, desde vestimentas formais aos locais de espetáculos palacianos, foram reapropriados e contextualizados no espírito da próxima geração”, escreveu ele no comunicado à imprensa.
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O local escolhido foi o salão principal do The Institute of Fine Arts da Universidade de Nova York (NYU), considerada a maior instituição privada de ensino superior dos Estados Unidos e um reduto de artes, música e cultura – Lady Gaga está entre as celebridades que se formaram lá.
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Em contraste com a atmosfera aristocrática do lugar, o desfile começa com um look de vibe romântica punk, com uma saia rosa arrematada por um laçarote frontal e combinada com um top cropped preto e botas de couro desgastado.
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“Sempre penso em Nova York como um cenário perfeito para histórias de amor”, disse Vevers sobre o cruzamento de elementos românticos e pitorescos da coleção, como os diversos souvenirs turísticos que foram pendurados nas bolsas do desfile, entre eles canecas com o logo da cidade, chaveiros de taxi amarelo e bonés dos Yankees.
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A coleção também faz referência ao estilo colegial estadunidense, com muitos moletons de capuz sobrepostos por smokings, sobretudos, trench coats e jaquetas de gabardine, lã, couro e jeans, a maioria com um aspecto envelhecido. “As roupas clássicas e os detalhes de alfaiataria são celebrados por sua função e forma, e não como símbolos de status ou distinções sociais”, afirma Vevers.
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O mesmo acontece com os laços de tops e vestidos que parecem saídos de um baile de formatura típico norte-americano. Feitos com tafetá e cristais reciclados, os looks destacam algumas imperfeições do tempo de uso, vistas também nas calças jeans feitas com técnicas de upcycling através do programa Re(loved), que usa materiais e tecidos de coleções antigas.
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Segundo Vevers, a Coach não está interessada em abraçar o escapismo na moda, mas em evoluir de uma forma mais realista. “Você não pode caminhar sem os pés no chão, sem referências relevantes, ou se a sua metodologia de design não for sustentável, oportuna e acessível a todos”, diz ele.
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É isso que tem feito a diferença na Coach atualmente. Nos últimos anos, a marca foi alvo de protestos de ativistas, inclusive no desfile de hoje, o que a fez repensar seus processos e posicionamentos. Da temporada de inverno 2020 para cá, Vevers diminuiu consideravelmente a quantidade de couro nas coleções, abraçando também a diversidade de corpos na passarela.
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Todos esses elementos contribuem para a evolução da Coach, que parece estar mais em sintonia com os desejos da geração atual. O sucesso instantâneo dos tricôs oversized nas redes sociais são um bom exemplo disso.
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