Os melhores desfiles do inverno 2024 segundo a redação da ELLE Brasil
De Prada a Loewe, a equipe que passou o mês inteiro cobrindo o fashion month de inverno 2024 elege seus favoritos.
A redação da ELLE Brasil tem uma quedinha pela Prada e isso ficou bem claro nos pódios de coleções favoritas da equipe que fez a cobertura de desfiles neste inverno 2024. Mas quem mais a gente amou? Teve quem ficou obcecado pela loucurinha contida da Loewe, pela coleção toda preta da Valentino, pela simplicidade fantástica da Undercover, pelos volumes da Comme des Garçons… Abaixo, justificamos nossas escolhas. Qual é o seu pódio?
Undercover, inverno 2024. Foto: Getty Images
Luigi Torre, diretor de moda
Undercover
Não é todo dia que a gente vê uma coleção dedicada a uma mulher de 40 anos, mãe solo, advogada e com um cotidiano nada glamouroso. E nem sempre tem o Wim Wenders recitando um poema que escreveu sobre ela. Além do ideal feminino real, a coleção é de uma beleza sem igual, com peças aparentemente simples, mas quase todas costuradas ou coladas umas nas outras.
Prada
Não é a coleção mais usável da Prada, mas amei como ela abordou a questão da evolução – das roupas, da gente, do mundo – a partir do acúmulo e conhecimento não só de fatos, mas de emoções e memórias. Por isso, as peças fragmentadas, dois em um.
Loewe
O inverno 2024 da Loewe fala sobre classe, aristocracia e luxo. O ponto chave é o morning suit, que já foi uniforme da alta-sociedade na época da revolução industrial. A partir daí, o Jonathan Anderson explora esses elementos da elite com objetos familiares, quase banais, virando seus significados de cabeça para baixo.
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Rick Owens, inverno 2024. Foto: Getty Images
Lucas Boccalão, diretor de moda
Prada
A imagem mais fresca e moderna da estação. Amo quando Miuccia segue a cartilha old school da Prada de selecionar um elemento doce e delicado como o laço e subverter sua imagem para desejo imediato.
Bottega Veneta
Na minha opinião, essa é a coleção mais madura e bem resolvida de Matthieu Blazy desde que entrou na casa. Aqui o poder da mão de obra artesanal da Bottega combina perfeitamente com a pesquisa de materiais ultra tecnológica e construções de alfaiataria incríveis.
Rick Owens
Amo a eterna evolução de Rick brincando com as silhuetas. Alongando, exagerando, criando proporções quase de cartoon para seus looks que não se parecem com nenhuma outra coisa desse mundo.
Comme des Garçons, inverno 2024. Foto: Getty Images
Gabriel Monteiro, editor de moda
Prada, Loewe e Comme des Garçons. Nas três casas, é tudo sobre a roupa. O trabalho é no sentido de expandir o nosso olhar por meio da construção, seja reunindo modelagens inusitadas (Prada), brincando com volumes e materiais de mobília (Loewe) ou subvertendo a ideia romântica que nós temos de um laço (CDG).
Suyane Ynaya, editora de moda
JW Anderson
Quem disser que não gosta do JW, pode ter certeza que essa pessoa tem uma índole duvidosa.
Brincadeiras à parte, eu adoro a forma como ele nos faz brincar com a moda, como nos enfia no seu mundo e nos faz relembrar que moda também é sonho. Criar estruturas inimagináveis, desconstruir silhuetas esperadas… até direção de arte ele nos ensina, como faz em suas apresentações. Não tem como não amá-lo.
Simone Rocha
Quando falamos das exigências sobre corpos na moda, Simone Rocha olha de forma mais profunda para o assunto. Vejo Simone nunca deixando suas crenças distante das suas criações. Amo suas modelagens sutis, sexy mas ao mesmo tempo fofas. Ela consegue criar uma força sútil em suas criações e isso, para mim, é fantástico. Eu amo o trabalho dela e espero um dia poder vê-lo de perto.
Off-White
Já não é novidade que tenho um amor profundo por Ib Kamara, pois além dele ser um perfeito diretor criativo, é o ser mais doce desse universo. O que mais me chama atenção é como ele consegue criar links entre África e o mundo de um jeito único. O trabalho que ele está fazendo dentro da Off-White é uma prova viva, por mais diferente que a marca esteja se tornando, que ele ainda consegue carregar o legado bonito de Virgil. Falar sobre pretitude em pontos menos óbvios, criar exemplos da comunidade sem precisar dizer muito. Virgil apesar de amar hablar (não é a toa que o Ablo está no nome!), não precisava dizer quase nada, estava tudo ali fácil de se mastigar. Ib está nesse caminho, ele sempre consegue colocar pautas importantes, pessoas e histórias que precisamos saber e discutir.
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Prada, inverno 2024. Foto: Getty Images
Giuliana Mesquita, editora-assistente
Prada
Nós sempre teremos Prada, né? Acredito que seja a melhor coleção da marca desde que Raf Simons começou a dividir a criação com Miuccia. A dicotomia entre masculino e feminino, o jeito punk de usar laços, as bolsas presas por cintões… é tudo extremamente atual, desejável e, claro, Prada.
Comme des Garçons
Eu adoro quando Rei Kawakubo trabalha com raiva. Nas notas do desfile, ela escreveu: “isso é sobre meu estado mental de agora. Eu tenho raiva contra tudo no mundo, especialmente contra eu mesma”. Os volumes, o desfile quase todo em preto, tudo faz meu coração especialmente feliz.
Dilara Findikoglu
Depois de pular uma temporada, a estilista volta com tudo em uma performance teatral e com uma pergunta na mente: como nos vestiríamos em um mundo sem patriarcado? Sensualidade e fetiche entram em cena, claro, mas de uma maneira nova. Adoro look escritório com quê punk.
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Louis Vuitton, inverno 2024. Foto: Getty Images
Chantal Sordi, editora de consumo
Louis Vuitton
Celebrando 10 anos como diretor criativo da marca, Nicolas Ghesquière entregou tudo: looks incríveis, pecinhas que irão viralizar rapidamente (tipo o gorro de gatinho), cenografia absurda e uma trilha sonora estilo Daft Punk que só me deixou querendo ser uma musa do estilista.
Prada
Em tempos bicudos, podemos contar com Miuccia e Raf Simons para dar um sopro de esperança às fashionistas. Os looks dualistas rígidos na frente e suaves atrás, num mix de alfaiataria com lingerie, são como obras de arte para vestir. Isso sem falar nas bolsas presas com uma alça extra, as melhores da temporada.
Valentino
Não sou a maior fã de Pierpaolo Piccioli, mas amei a escolha de fazer uma coleção inteira em preto. Alguns looks me fizeram sonhar, outros são simplesmente elegantes e atemporais, como os conjuntos de saia midi e jaqueta oversized. A locação era belíssima e a trilha sonora inteira composta de hits da Sade só deixou tudo mais emocionante.
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Loewe, inverno 2024. Foto: Getty Images
Lelê Santhana, repórter
Loewe
Depois de assistir à transmissão do desfile da Loewe, a cada vez que me batia com novas imagens ou vídeos da coleção, me encantava um pouco mais por ela. Embora Jonathan Anderson tenha abaixado o tom nesta temporada, as suas loucurinhas ainda estão lá, mesmo que reduzidas. O resultado são boas ideias e bons produtos em igual medida. Os longos com cintos deslocados e os florais assimétricos não vão sair da minha cabeça tão cedo.
Valentino
Fazer uma coleção monocromática não é fácil. Quando a cor escolhida é o preto, se torna ainda mais difícil, principalmente para Pierpaolo Piccioli, que é um colorista dos bons. Graças a solução de design de explorar diferentes camadas, texturas e tecidos, a coleção passa longe da repetição. As peças, aliás, são supersexys com transparências e recortes, mantendo um respeito e cuidado com o corpo feminino.
Gucci
Embora possa parecer um pouco precipitado já elencar a Gucci de Sabato de Sarno entre os meus favoritos, o estilista realmente tem me conquistado. Reconheço que ainda falta um pouco de personalidade nas coleções, mas acredito que, para ele, isso seja só uma questão de tempo. No inverno 2024, já sinto o seu pé um pouco mais firme na marca. Os argumentos da coleção são sólidos e as peças são indiscutivelmente ultradesejáveis.
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Chanel, inverno 2024. Foto: Getty Images
Ali Santos, editora digital
Chanel
Fazia muito tempo que eu não me empolgava tanto com um desfile da marca, que sempre amei acompanhar. Desta vez, Virginie trouxe uma coleção inspirada em Deauville, destino luxuoso de férias dos franceses. O que mais amei, além das roupas com silhuetas mais amplas, foram os acessórios e a forma como eles foram usados. O styling estava 10/10, assim como os conjuntinhos com detalhes coloridos e o vestido que fechou a apresentação.
Gucci
Sabato fez bonito e honrou a todos que não desanimaram com seu primeiro desfile no ano passado. Para esta temporada, o designer reforçou a ideia da mulher sexy e descomplicada, que sabe usar as tendências de uma forma sofisticada. Meu ponto alto foi, com certeza, as botas, o comprimento mini coordenado perfeitamente com casacos pesados e os vestidos com transparência.
Chloé
A minha persona boho chic de 2007 aplaude de pé a estreia de Chemena Kamali na Chloé, que resgatou o DNA da marca de forma poética e muito bem feita. Os vestidos fluidos e o look com a capa marrom poderiam fazer parte do meu armário agora mesmo!
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Burberry, inverno 2024. Foto: Getty Images
Pedro Camargo, editor de beleza
Undercover
O desfile da Undercover tem a realidade como ponto de partida, mas ao final da apresentação, já estamos vivendo o sonho. E a transição de um ponto a outra é feita com maestria pelo estilista da casa. Destaque para a trilha: um poema escrito e declamado por Wim Wenders especialmente para a apresentação.
Rabanne
Na Rabanne, Dossena se inspira na maneira como pessoas verdadeiramente estilosas se vestem para criar roupas que, sozinhas, já carregam esse allure. É uma moda meio patchwork, meio bagunça, mas tudo faz sentido e parece effortless.
Burberry
A Burberry do Daniel Lee ainda não é uma unanimidade, mas eu particularmente gosto muito desse mix entre os opostos radicais que habitam o cenário britânico: o fervo da noite, da contracultura, e a tradição, a nobreza, etc. Acho que nesta temporada, os elementos desses dois mundos se equilibram na coleção do estilista para a marca. E o casting é um show a parte. Que delícia ver Agyness Deyn de novo!
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Ann Demeulemeester, inverno 2024. Foto: Getty Images
Chames Oliveira, repórter
Bottega Veneta
Acho que podemos racionalizar uma apresentação e gostá-la para além do desejo pessoal, mas, no fim, esta é a última qualidade que faz os nossos olhos brilharem e o coração pulsar. Eu (literalmente!) sonhei de me vestir nessa coleção!
Ann Demeulemeester
Sei que não é unanimidade, mas a cada temporada acredito que Stefano Gallici tem encontrado suas formas de trabalhar a dualidade etérea e sombria da etiqueta.
Chanel
Dizem que Chanel é sempre Chanel, mas acho contemporâneo o jeito que a Virginie apresenta a marca. A mistura de informações, o excesso de acessórios, as composições de styling (à primeira vista duvidáveis), tudo isso conversa muito com o jeito Gen Z de se expressar. É só olhar o TikTok!
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