SPFW N58: LED

Em formato de coletivo, LED leva a gambiarra para a passarela da São Paulo Fashion Week.


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LED, verão 2025. Ze Takahashi / @agfotosite



Se tem uma palavra que bem descreve o jeitinho brasileiro, é a gambiarra. Das fiações clandestinas – também conhecidas como gatos -, ao Bom Bril na antena da TV, nós somos mestres na arte do improviso e em tirar o melhor de tudo a partir de nada. São esses “hackeios” no sistema que conduzem a nova coleção da LED, apresentada neste sábado (19.10) na São Paulo Fashion Week.

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LED, verão 2025. Ze Takahashi / @agfotosite

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“Gambiarra vem justamente desse lugar que a gente precisa fazer para poder existir, da felicidade das manhãs de feira, do samba, da capoeira, do carro de pamonha que diz sim a vida, mesmo com 13 milhões de desempregados”, explica o estilista da marca mineira, Célio Dias. “É para pontuar que nós, marcas independentes, também movimentamos o mercado, a cultura e a economia, mas nem sempre temos o apoio necessário”, continua ele.

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LED, verão 2025. Ze Takahashi / @agfotosite

Num esforço coletivo, Célio se uniu ao diretor criativo Cleu Oliver e ao pesquisador piauiense Sávio Drew, para criar uma coleção fora das rotas mais óbvias quando se fala de Brasil. “Sou de Anhuma, uma cidade de 15 habitantes que está fora do mapa do país e vejo que essas pequenas comunidades só estão vivas e resistentes até hoje por conta da coletividade”, fala Drew. “Então a minha pesquisa é voltada para o Brasil com S, que faz essa enorme curva, e um convite para a gente sair da curva”, completa.

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Ze Takahashi / @agfotosite

Dessa extensa pesquisa, surge a camisaria listrada mixada com xadrez – uma alusão as sacolas de feira –, os crochês com fios de seda e os jeans com gambiarras expostas, como os clampes prendendo as barras das calças. A malha é outro material-chave da coleção da LED, usada em moletons, tops, calças e vestidos. “Todo brasileiro usa e quando penso em gambiarra, penso em uma coisa que existe em todas as casas do Brasil, independente da classe social”, diz Célio.

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Ze Takahashi / @agfotosite

Da gambiarra também vêm as cordas e mosquetões que compõem a coleção, desde bolsas aos detalhes das roupas. “Elas ajudam a manter as coisas em pé, então há um sentimento de proteção, mas também de improviso, o amarra e desamarra, o aperta e afrouxa”, fala o estilista.

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Ze Takahashi / @agfotosite

Enquanto o linho aparece em camisas e calças para reafirmar o frescor brasileiro, bordados e acabamentos manuais que já fazem parte do DNA da LED exaltam o artesanato nacional.  O couro navalhado e novas lavagens no jeans adicionam texturas especiais aos looks, que também ganham colares, pulseiras e brincos em forma de clipes dourados e prateados, desenvolvidos por Carlos Penna, outro talento expoente da nossa moda.

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Gabriel Cappelletti/ @agfotosite

Destaque para a trilha sonora assinada por Max Blum em parceria com o Garotos do PB (Pizero Boys) um invento musical de uma dupla de artistas do Piauí, que transformam hits globais de artistas como Rihanna e Charlie XCX em sons originais, capazes de levantar até defunto.

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Ze Takahashi/ @agfotosite

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