Guia do espumante: 25 rótulos diferentões de R$ 80 a R$ 4.400
De um borbulhante espanhol bom de verão e de papo aos champanhes de Jay-Z e Brad Pitt, confira as dicas para sair do lugar comum nas festas e durante todo o ano novo. Tem espumante para vários tamanhos de bolso.
Ano novo, vida nova, promessas, resoluções, vou dar um jeito na minha vida, um belo dia resolvi mudar… E por que, na hora de brindar e tentar atrair bons fluidos, precisamos ficar no espumante de sempre, se a pegada é de renovação?
Diversidade é tudo. Os países que produzem vinhos têm seus jeitos diferentes de interpretar as borbulhas: com uvas locais, algumas das quais talvez você nunca tenha ouvido falar, com métodos pouco conhecidos, com misturas inesperadas de frutas. Secos, ácidos, doces, levinhos, encorpados, jovens, longamente envelhecidos. Tem até espumante tinto na parada. Um mundo.
Tudo bem que imitar Champagne e seu método tradicional, com a mistura das clássicas castas Chardonnay e Pinot Noir, é tendência no planeta, mas vale a pena variar o modelo, não só nas festas de fim de ano. Nos 11 meses restantes, é sempre bom achar motivo para abrir um espumante.
Selecionamos 25 opções de borbulhosos pouco comuns, para quem quer sair do normal. Tem Champagne também, porque Champagne é Champagne e ninguém vai dar a bobeira de recusar. Mas aqui também tem Brasil, Espanha, Itália, Grécia, Portugal, Áustria e outros franceses com suas bossas regionais. Com preços para o dia a dia e para grandes ocasiões.
Espumantes de R$ 80 a R$ 140
Cantares Nature (Espanha)
A uva Macabeo (também conhecida como Viura) aparece em vários cortes de vinhos brancos espanhóis, sobretudo na região de Rioja, onde reina. Aqui, ela vem em carreira solo, num espumante da região de La Mancha. Os classificados como nature, vale lembrar, são bebidas bem secas, com pouca ou nenhuma percepção de açúcar. A acidez da Macabeo, em par com a carbonatação do vinho, faz do Cantares ótima companhia para pescados. R$ 79,90, na Wine.
Zuccolo Ribolla Gialla Brut (Itália)
Se você curte vinhos brancos italianos, já deve ter topado com a uva Ribolla Gialla por aí. É típica da região de Friuli-Veneza Giulia, e aqui aparece na versão borbulhante, elaborada pelo método charmat, mais ligeiro que o champenoise. Destaque para o paladar bem frutado e pela facilidade de beber, que o torna um bom e refrescante companheiro para as tardes de bate-papo durante os dias de folga. Ou para servir com as entradinhas. R$ 97,30, na Chez France.
Amitié Cuvée Brut Viognier (Brasil)
A uva Viognier vem ganhando espaço no Brasil com seus vinhos leves, de ótimo frescor e citricidade. A Amitié apostou na sua vinificação em espumante, pelo método charmat, com frutas cultivadas na Serra Gaúcha. Tem notas de pêssego, tangerina e um toque floral. Na boca, é cremoso e persistente. Acompanha bem comidinhas leves como queijo de cabra, saladas, peixes e frutos do mar. R$ 109, na Amitié.
Foto: Divulgação
Portal da Calçada Cuvée Prestige Brut (Portugal)
A uva Loureiro é uma das mais solares da região dos Vinhos Verdes, pela fruta exuberante e pela acidez vibrante. Aqui, ela se une à Arinto, variedade cultivada em várias zonas de Portugal e usada justamente para levar vivacidade aos vinhos. Imagine as duas juntas numa poção espumante, cheia de elegância e sabor. O paladar vem com frutas brancas, como maçã e pera, e uma pegada cítrica encantadora. R$ 113,90 na World Wine.
Estrelas do Brasil Extra-Brut Trebbiano (Brasil)
Trata-se de um pét-nat diferentão, por ser 100% Trebbiano, casta que começa ganhar espaço nos nossos espumantes. Por passar por degola, processo em que as leveduras mortas são eliminadas, não tem a turbidez característica dos pets. É bom de verão, com seu toque ácido equilibrado pelo frutado e o dulçor da uva. Estrelas do Brasil é uma vinícola premiadíssima por seus espumantes. R$ 120, na Estrelas do Brasil.
Victoria Geisse Moscato Rosé Demi-Sec (Brasil)
As uvas da família Moscato são bem populares no Brasil e, de maneira geral, originam espumantes doces feitos pelo método charmat. A diferença aqui é o método champenoise, que prevê refermentação na garrafa, aplicado ao vinho de Moscato de Hamburgo em Pinto Bandeira (RS) pela Família Geisse, outra vinícola referência em borbulhas no país. O resultado continua sendo doce e é perfeito para a hora da sobremesa. R$ 135,92, na Grand Cru.
Unha de Gato Pét-Nat (Brasil)
Os pét-nats, espumantes feitos pelo método ancestral, de uma só fermentação, ganham cada vez mais fãs no Brasil. Mais rústicos e turvos, pela presença das leveduras no líquido, agradam a quem gosta de bebidas ousadas, com juventude e frescor. Unha de Gato é um corte de Merlot, Pinot Noir e Chardonnay, de cor rosada intensa (à moda dos claretes), com cremosidade alcançada pelos 11 meses de descanso na garrafa. R$ 136, na Sanabria Vinhos.
Calmel & Joseph Blanquette de Limoux (França)
Todo mundo fala de Dom Pérignon, o padre que teria inventado o champanhe, no século 17. Só que, em 1500 e bolinha, os monges beneditinos de Limoux, sul da França, já faziam seus vinhos espumantes, os blanquettes. Este exemplar, produzido com as uvas Mauzac e Chardonnay, guarda a tradição da região. É sequinho, delicado e tem um toque salino no paladar. Perfeito com peixes e frutos do mar. R$ 139,90, na Chez France.
Espumantes de R$ 150 a R$ 200
Valvirginio Brut Rosé Prommé (Itália)
A uva Sangiovese é uma das mais cultivadas na Itália e está em vários estilos que os enófilos amam: Chianti, Brunello de Montalcino e os supertoscantos. Aqui, ela aparece na versão rosé, elaborada pelo método charmat, na região de Chianti. Traz frescor de frutas vermelhas, como morango e cereja, e uma textura cremosa na boca. Bom par para sushi e sashimi, carpaccio, crudos e outras comidas delicadas. R$ 159, na DOC Vineria.
Chandon Névoa das Encantadas (Brasil)
Os espumantes sur lie, em que as borras das leveduras não são retiradas, viraram moda no Brasil. A Chandon não ficou atrás e criou este Névoas, elaborado apenas com Chardonnay de Encruzilhada do Sul (RS). Se quiser bebê-lo turvo, movimente suavemente a garrafa antes de abrir. Caso queira limpidez, deixe-o descansar de pé na geladeira. Seus aromas frutados surpreendem em qualquer um dos modos de serviço. R$ 159,90, na Chandon.
Filipa Pato 3B Brut Rosé (Portugal)
A Bairrada é bamba na produção de espumantes, e este rosé de Filipa Pato entrega o que de melhor a região oferece. Feito com 70% da tinta Baga e 30% da branca Bical, traz frutas silvestres no aroma, sobretudo framboesa e morango, junto com o cheirinho de brioche, vindo do descanso do vinho com as borras na cave. Seco, cremoso, de uma cor rosada sensacional, é sexy e jovial, apesar de sua complexidade. R$ 188,90, na Casa Flora.
Foto: Divulgação
Mataojo Albariño Nature (Uruguai)
O Uruguai está arrasando na produção de vinhos brancos e a uva Albariño (Alvarinho para os portugueses) virou superstar por lá. Aqui, ela aparece na incomum versão espumante e no modo nature. Seu frescor é providencial para qualquer noite quente, mas ele pode brilhar nas festas, por sua facilidade de harmonização com castanhas e frutas secas. Para quem ama passas, taí uma boa maneira de brindar essa paixão. R$ 193,70, na Mataojo.
Otto Brut Blanc de Blancs (Brasil)
A jovem gaúcha Otto chegou chegando, conquistando prêmios e boas pontuações. Este rótulo tem como diferencial o pot-pourri de uvas: Chardonnay, Viognier, Trebbiano e Riesling. Ele é frutadão, rolam notas de pêssego, maçã e amêndoas, mas a acidez bacana equilibra o conjunto. A vinícola foi apontada entre as melhores produtoras de espumantes brasileiros no Guia Descorchados, dedicado à América do Sul. R$ 198,99, na Otto.
Espumantes de R$ 220 a R$ 320
Cava Frexeinet Trepat Rosé (Espanha)
Cava, estilo espanhol de espumante, todo mundo reconhece pelo frescor. Este continua lindo para o verão, mas traz novidades. A uva tinta Trepat, de pouca produção na zona catalã de Conca de Barberà, protagoniza o rosé clarinho, de muita delicadeza, com notas sutis de frutas vermelhas e boa acidez, o que garante a refrescância e a facilidade de beber. Num almoço à la Almodóvar, sirva com tapas e gazpacho. R$ 219,90, na Freixenet Brasil.
Foto: Divulgação
Simonnet-Febvre Crémant de Bourgogne Brut Rosé (França)
Quem pensa em espumante francês tem Champagne lobotomizado no cérebro. Mas há muito a explorar em regiões não menos nobres, como a Borgonha, que produz crémants excelentes. A Simonnet-Febvre está na valorizada Chablis e faz espumantes com características muito similares à da vizinha famosa, por um preço bem mais amigável. Experimente este rosé de Pinot Noir e comprove. R$ 219,90, preço sugerido pela importadora Berkmann.
Foppa & Ambrosi Insolito Extra Brut (Brasil)
A gaúcha Foppa & Ambrosi chegou para balançar o coreto, e sua linha Insolito, de vinhos espumantes e tranquilos (sem borbulhas), traz assemblages pouco comuns. O terceiro corte da série vem com Chenin Blanc, Trebbiano e Welschriesling (mais conhecida como Riesling Itálico). Passa mais de três anos evoluindo nas caves e o resultado é complexo, mas o frescor das frutas se mantém, bem como a acidez radiante. Um mimo. R$ 220, na Foppa & Ambrosi.
Raposeira Super Reserva Tinto Bruto (Portugal)
Oh yeah, existem espumantes tintos! E o legal do estilo são suas possibilidades de harmonização com quitutes opulentos, como leitão, cabrito e carnes assadas e grelhadas. Este exemplar das Caves da Raposeira, elaborado na região Beira-Douro com as uvas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca, passa por cinco anos de descanso na adega antes de chegar ao consumidor. R$ 246, preço sugerido pela importadora Épice.
Foto: Divulgação
Schlumberger Grüner Veltliner Brut Klassik (Áustria)
Talvez seja difícil pronunciar corretamente o nome do vinho. Mais fácil apaixonar-se pela delicadeza da Grüner Veltliner, uva predominante na produção de brancos e espumantes austríacos. Ele traz aroma de damasco, com um toque apimentado, e a sensação de maçã fresca na boca. Elaborado por uma das casas mais tradicionais do país, fundada por Alvin Schlumberger, que levou o método tradicional francês à Áustria. R$ 252,69, na Amai Vinhos.
Marchese Antinori Tenuta Montesina Cuvée Royale (Itália)
A região de Franciacorta, na Lombardia, está para a Itália como Champagne está para a França. Esse nome no rótulo significa qualidade, tradição e luxo. O Cuvée Royale, produzido com Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Blanc, representa bem o local, com elegância e delicadeza conquistadas a partir das uvas e maturação em 36 meses de envelhecimento nas caves. Vale por uma declaração de amor. R$ 319,90, preço sugerido pela importador Berkmann.
Espumantes de R$ 414 a R$ 600
Miolo Íride (Brasil)
O Brasil também faz espumantes “velhões”, que passam longo tempo descansando nas caves em contato com as leveduras. Miolo Íride, elaborado com Chardonnay e Pinor Noir no Rio Grande do Sul, demora 10 anos até chegar ao consumidor. O dormir garante ao vinho muita complexidade: notas de frutas secas, de panificação, mel e um toque tostado. Para quem quer um Natal high end, privilegiando a produção nacional, é a pedida. R$ 413,88, no Ponto Frio.
Foto: Reprodução @grupomiolo
Amalia Brut (Grécia)
Os vinhos gregos começam a ser notados no Brasil, e aqui está uma boa chance de conhecer a uva Moschofilero em versão borbulhante. Ela é branca, tem casca roxinha e traz muito aroma floral, por isso é bem querida. Este espumante seco ainda traz notas de frutas cítricas, mel e levedura, resultado de 9 meses em contato com as borras. O produtor sugere harmonizá-lo com frutos do mar ou carnes vermelhas leves. R$ 464, na Monte Dictis.
Gramona Imperial Brut (Espanha)
Corpinnat é um dissidência da denominação Cava, típica de Barcelona e também produzida em outras regiões espanholas. A turma de Corpinnat descolou-se por considerar as regras do Cava muito abrangentes, prometendo peneirar a qualidade de seus vinhos. Este Imperial é feito com Xarel-lo, Macabeo e Parellada. Tem elegância e cremosidade supremas. R$ 599,90, as safras 2014, 2015 e 2016, na Grand Cru.
Foto: Reprodução @gramona1881
Espumantes de R$ 1.000 pra cima
Lagorai Trento DOC Riserva Affinamento Subacqueo (Itália)
Trento, no norte da Itália, é outra região famosa pelos espumantes, e este tem um tratamento especial. O líquido fica 48 meses em contato com as borras, metade do tempo nas caves da vinícola, a outra metade submerso no lago Levico. Talvez você não perceba diferença alguma, mas o método faz o vinho ter uma história diferente e, de qualquer forma, é um clássico de Trento com longa maturação, feito com 100% Chardonnay. R$ 1.119, na DOC Vineria.
Armand de Brignac Ace of Spades Brut Gold (França)
Pra quem tá podendo, nada como chutar o balde no modo ostentação, virada na Beyoncé. Armand de Brignac, o Champagne de Jay-Z, é produzido pela família Cattier com as castas tradicionais da região: Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier. Claro que entrega toda a complexidade do estilo, como notas de brioche, pêssego, frutas cristalizadas, toques cítricos e de mel. Luxuoso em todos os quesitos. R$ 4.399,90, na Evino.
Foto: Reprodução @armanddebrignac
Fleur de Miraval Rosé (França)
Fechando na base da celebridade, este é o champanhe de Brad Pitt, sócio do Château Miraval. O método de produção do rosé das estrelas é incomum até para os padrões da região. Foram misturados vinhos de Chardonnay de diferentes safras (alguns guardados desde 1998) a 25% de Pinot Noir jovem e o líquido descansou sobre as borras da segunda fermentação por três anos. R$ 4.416,35, na Mistral.
Foto: Reprodução @fleurdemiraval
Preços pesquisados em dezembro de 2023 e sujeitos a alteração.
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