MFW: Bottega Veneta, verão 2026
Estreia de Louise Trotter na Bottega Veneta destaca a força artesanal da casa e traz mais feminilidade às silhuetas.
A expectativa sobre a primeira coleção de Louise Trotter na direção criativa da Bottega Veneta era alta. Afinal, a estilista britânica chega à etiqueta italiana, após antecessores marcantes. Daniel Lee dobrou o número de vendas da marca, desde que chegou em 2018. Ele saiu por desentendimentos com a equipe interna, e foi sucedido, em 2021, por Matthieu Blazy, que atuava como diretor de design há um ano na empresa.

Bottega Veneta, verão 2026. Foto: Getty Images

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O francês manteve o sucesso com acessórios de desejo e efeitos no couro, que reproduziam diferentes tecidos. Acontece que, em dezembro de 2024, Matthieu foi nomeado diretor criativo da Chanel. A Bottega, que estava com o time ganhando, precisou ir atrás de outro capitão. No caso, uma capitã: Louise Trotter.
Ela é a única mulher na direção criativa entre as marcas do grupo Kering, do qual a grife faz parte. Dona de um currículo extenso, Louise já passou pelas estadunidenses Calvin Klein, Gap e Tommy Hilfiger. Depois, assumiu as inglesas Jigsaw e Joseph, currículo que lhe confere toda uma expertise no universo de básicos. Em 2018, ela se tornou a diretora criativa da Lacoste. Sob seu comando, a etiqueta do crocodilo ganhou novo viés de moda. Em 2023, ela migrou para a Carven, onde sua alfaiataria renovou o interesse pela maison francesa conhecida por sua abordagem girlie.

Bottega Veneta, verão 2026. Foto: Getty Images

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Na apresentação deste sábado (27.09), a trilha sonora reúne as versões de David Bowie e Nina Simone da música Wild is The Wind (1957). O desfile abre com um casaco duffle, tipo aqueles usados pela marinha britânica no passado – é um jeito sutil de Louise homenagear a cidade portuária Sunderland, na Inglaterra, onde nasceu. A peça é usada com uma camisa de gola laço, calças retas e botas de pegada esportiva. Depois, aparecem vestidos de comprimento médio, estruturados na região da cintura, e com decote e alças desajustadas, propositalmente feitas para caírem.
O shape, no geral, é afastado do corpo. Tem a ver com conforto e aquela ideia de que não há nada mais elegante do que a confiança gerada por uma roupa que te faz sentir bem. A sensação é de silhueta definida e que protege, o que é uma tradição na marca. Agora, porém, há mais toques femininos e assimétricos. São casacos de ombros largos que descem até as canelas, blazers com corte de ampulheta, camisas com bermudas amplas, tops com saias e vestidos balonê. No zoom, é possível ver detalhes que fazem a diferença, como o cós duplo na calça de alfaiataria.

Bottega Veneta, verão 2026. Foto: Getty Images

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O intrecciato é o trançado de couro que a Bottega tem como assinatura há 50 anos e do qual se orgulha de ser um componente que torna os seus produtos reconhecíveis sem a necessidade de um logo. Ele aparece aqui nos detalhes dos casacos e em looks totais, evidenciando a sua versatilidade e maleabilidade. Está também em bolsas de tamanhos variados, a maioria delas carregadas embaixo do braço.
Louise aumenta o número de texturas com franjas, plumas, tecidos desfiados, felpudos e sobrepostos em finas camadas, tipo um folheado. Peças construídas com fibras ópticas em diferentes tonalidades remontam uma pelúcia plastificada, selvagemente contemporânea. Esses itens são combinados a outros aparentemente banais, como uma camiseta ou um moletom. O jogo entre o brilho e o opaco, o movimento e o estático chega a uma imagem forte. Louise diz com clareza a que veio, mesmo na casa conhecida pelo luxo silencioso.
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