A temporada masculina de verão 2023
Nesse episódio, a gente traz os destaques da temporada de desfiles masculinos, que começou meio morninha, em Londres, mas foi esquentando em Milão, e se animou mais ainda em Paris. E não é que, no final das contas, trouxe muita coisa surpreendente?
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Chegamos a mais uma temporada internacional de moda masculina. Nesse episódio do ELLE News, a gente conta um pouco mais sobre este verão 2023, que trouxe algumas das coleções mais interessantes dos últimos tempos às passarelas de Londres, Milão e Paris.
Vale começar falando um pouco do mood geral da estação. Ele começou explorando os básicos, reafirmando que vale mais a personalidade de quem veste as roupas do que looks caça-likes e shows muito espetaculosos. Uma interpretação disso tudo é que o impacto do período pós vacina é mais complexo do que a gente podia imaginar: parece que estamos recomeçando algumas coisas como uma tela em branco e não voltando com o pé na porta, não.
Por isso, a beleza, em grande parte desses desfiles, apareceu principalmente nos detalhes. Nota mais quem veste ou vê de perto. E tudo bem. Como a gente falou, a pandemia mudou muita coisa naquilo que a gente pensava, e, agora, há mais vontade de conforto, uma preferência maior por bons materiais, o que também não é sinônimo de chatice. Entre as marcas que foram por essa toada estão a Fendi, a Armani e a Zegna, como a gente já avisou por aqui!
Mesmo dentro do universo de básicos, também teve estilista que se jogou no surrealismo lúdico e surpreendeu criando imagens completamente fora daquelas que nós estamos acostumados a ver.
Vamos começar falando da Y-Project, um dos grandes destaques da temporada. A marca é capitaneada por Glenn Martens, que, além da etiqueta própria, virou diretor criativo da Diesel e, recentemente, assinou em conjunto com a Jean Paul Gaultier uma coleção de alta-costura.
Nesse verão, o estilista subverteu peças básicas do dia-a-dia, como regatas, jeans, camisetas e camisas por meio de experimentações com o denim e o algodão, além de começar a explorar tecidos mais nobres. O resultado foi de cair o queixo.
No desfile, além do trabalho de superfícies, apareceram também os efeitos de ilusão de ótica que Martens adora e não deixam de ser uma influência dessa parceria com Gaultier, e que emularam roupas abertas, lingeries e tudo aquilo que indicava o ato de se despir. Outro destaque são as regatas presas por um fio quase invisível, que trazem todo um toque sensual e sexual à coleção. E, para o toque de rebeldia, os brincos de mãos mostravam o dedo do meio, um acessório que certamente vai hitar.
Outra imagem que foi muito compartilhada dessa temporada foi a dos guidões de bicicleta, skates quebrados e CDs colados em suéteres e camisas na JW Anderson. Sim, nós já falamos sobre esse desfile e sobre o estilista no último episódio de Elle News, mas vale a menção aqui mais uma vez porque essa imagem diz muito sobre a temporada. Além dos momentos loucurinha-surrealista, há um estudo sobre peças básicas e que podem – e devem – ser incorporadas ao guarda roupa de acordo com a individualidade de cada um.
Esse mesmo conceito foi o que permeou a coleção da Prada. Sob comando criativo de Miuccia Prada e Raf Simons, a marca italiana continuou explorando o poder da escolha e o que cada uma dessas vontades representam na nossa personalidade. No texto ao público, ambos explicaram que a curadoria do vestir está sempre sujeita a contextos e construções diversas – e a interpretação sobre essa seleção mais ainda.
Nas roupas, isso aparece com peças clássicas, até, mas, quando olhadas com atenção e de perto, contam com detalhes que passam despercebidos pelos mais distraídos. As regatas de couro, por exemplo, têm detalhes que remetem a coletes virados ao contrário; os blazers e casacos têm golas removidas; calças e bermudas são encurtadas; as camisas xadrez ganham babados e os tricôs se confundem com camisetas. A ideia foi criar uma imagem reconhecível, mas que é subversiva nos detalhes.
Esse trabalho árduo em cima de detalhes também apareceu no desfile de Martine Rose, uma das estilistas mais talentosas dessa geração, e que acrescentou conotações sexuais a itens banais e comuns do guarda-roupa. O extraordinário está nas miudezas, como as jaquetas que parecem um ou dois tamanhos menores; os botões que ajustam e contorcem silhuetas, como se a pessoa tivesse se vestido às pressas; e as calças que desabam no quadril. Tudo isso para imitar sensações, detalhes e coisas vistas e sentidas de perto, quase íntimas, de desejo ou de sexo. A locação também entrega um pouco o ouro: o desfile rolou num antigo clube de pegação gay em Londres.
Fato é que, nessa temporada, o espetáculo ficou mesmo de lado e deu espaço para roupas boas com atenção especial aos detalhes. Mas isso não foi necessariamente uma regra – e tudo bem. No masculino da Louis Vuitton, o primeiro criado 100% pela equipe de Virgil Abloh, o show tomou conta do Museu do Louvre. Suyane Ynaya, nossa editora de moda, estava lá e conta um pouco como foi a experiência, com direito à bandinha marcial e Kendrick Lamar cantando ao vivo:
“Essa coleção fala, como sempre, sobre as conexões, mas as conexões de vida de Virgil, de tudo que ele passou dentro do processo da Louis Vuitton e o que ele achava muito importante, dentro das construções que ele criou em todos os espaços que ele frequentou, e tudo se linkou dentro do desfile.
Podemos ver no começo do desfile uma banda marcial americana, típica banda preta marcial potente e maravilhosa, com todas as coreografias, a potência musical, com toda a coordenação, se apresentando no começo e no decorrer do desfile. E simplesmente não esperávamos uma apresentação surpresa daquela, que foi ver o Kendrick [Lamar] cantando ao lado de Naomi [Campbell]. Sabíamos que ia ter alguma surpresa, porque estava rondando o assunto, mas foi muito incrível poder a apresentação dele ao vivo do seu novo álbum.”
Já se passaram sete meses desde a morte de Virgil Abloh e essa foi a primeira coleção apresentada pela Louis Vuitton sem nenhuma peça criada por ele. Mas as influências e o legado do designer estiveram presentes durante toda a apresentação, como conta Suyane.
“No decorrer do desfile, a gente consegue ver o processo todo que o Virgil passou dentro das suas construções nas roupas. Podemos ver um pouco do seu penúltimo desfile, que se não me engano foi dois dias antes dele vir a falecer. Ali você consegue ver nas roupas, nos aviõezinhos de papel, algumas construções do que ele já tinha colocado ali e aí vem um pouco da música, que é onde ele colocou uma caixa que foi toda personalizada pela equipe, muito linda, uma caixa de som que fala muito sobre essa passagem da música na sua vida, q foi sua primeira construção como Virgil, ele era DJ. A música sempre esteve muito presente na vida do Virgil. A forma como ele imergiu dentro da cultura asiática também era muito forte, também tendo o Nigo como seu parceiro de vida e de muitas construções, acho que isso foi muito importante. E a forma como ele traz essa coisa de ser e de mostrar aquele menino preto tão adulto e falar sobre a importância da criação, da formação, da construção, da construção ideológica do que é ser um menino preto no mundo. Ela é tão diferente, mas tão igual em tantos outros lugares. Eu acho que o Virgil trazia isso de uma forma muito sensível e muito potente e muito forte que deixava a gente refletir sobre o que é ser esse corpo dentro das indústrias, de um mundo, de uma sociedade.
Esse desfile mexeu com as pessoas, eu não era a única pessoa chorando ali, muitas pessoas ficaram muito emocionadas com o que viram, porque eu acho que, no decorrer da passagem das marcas, a gente anda perdendo um pouco sobre a essência da emoção, sobre trazer a emoção para dentro dos desfiles, sobre trazer a importância de parar para pra refletir sobre as nossas construções.”
Outro desfile que chamou muito a atenção foi o da Loewe, comandado por… isso mesmo, Jonathan Anderson! Em parceria com a bio-designer Paula Ulargui Escalona, ele plantou sementes em jeans, calças, moletons e tênis. Elas foram regadas durante 20 dias e as plantas cresceram e floresceram nas roupas formando uma das imagens mais fortes da temporada.
Em um jogo entre natureza e mundo digital, o estilista ainda levou para a passarela sobretudos decorados com tablets que mostravam casais se beijando e paisagens com pássaros voando e peixes nadando. A ideia era representar justamente sensações e elementos que não devem ser substituídos tão cedo por máquinas.
Na Dior de Kim Jones, a mistura entre artesanal e tecnologia também foi destaque. E quem explica o conceito e as técnicas usadas pelo estilista nesse verão 2023 é nosso editor de moda Lucas Boccalão:
“É interessante primeiro explicar que a ideia do cenário do desfile é para retratar esse caminho entre o sul da França, a Normandia, até chegar em Sussex, em Charleston, onde existe uma fazenda que era da Vanessa e do Duncan, um casal de artistas que vivia ali no início do século 20 e que tinham essa estética dessa roupa que era um pouco não binária. Os dois se vestiam de forma próxima, com essas cartelas suaves, e a roupa sempre tinha um toque de styling ou uma ref de jardinagem – lembrando que jardinagem é um tipo de atividade muito inglês, que faz parte da rotina dos ingleses, principalmente dos que moram no countryside e também era uma atividade que monsieur Dior amava fazer. Então as referências começam a sair daí e se estendem desde o cinza Dior, a cor oficial da Dior é o cinza, essa cor passeia por muitos dos looks e ela também é usada como a saturação do desfile. Os tons passeiam por esses tons de apastelados, rosa claro, rosa meio blush, pêssego, azul claro. Eu acho que o que é sempre mais interessante do trabalho do Kim Jones é justamente a forma que ele faz alfaiataria com técnicas de alta costura que são usadas para fazer os vestidos e os bordados e as texturas das roupas da parte feminina da Dior, mas ele aplica no masculino como também uma forma de ressignificar as técnicas e as fabricações centenárias dos ateliês.
O ponto mais importante, eu acho, é sempre esse da tecnologia dos tecidos e dessa união do artesanal com o tecnológico e avançado. É aí que ele tem os melhores resultados, principalmente nos ternos e nos costumes que aparecem, que as costuras e os acabamentos a mostra, alguns são prensados, outros tem intarsia que começa no tricô e termina numa lã merino, por exemplo. Muito leve, tem toda a sessão de nálon com organza e seda. Acho que é aí que ele tem os melhores resultados. É bom lembrar também que o styling é da Melanie Ward, stylist legendária que foi dupla do Helmut Lang nos anos 90, foram os maiores expoentes desse estilo urbano, utilitário, e dessa roupa que parece um pouco a roupa que você usa pra trilha, pra escalada e também faz parte do repertório do Kim Jones e das coisas que ele gosta.”
A semana de moda masculina acabou essa semana, mas as ideias por trás dessas coleções devem ferver em nosso imaginário por algum tempo. Anota aí: simplicidade, individualidade, básicos subvertidos e surrealismo são as grandes tendências da temporada. E aí, qual foi a sua coleção preferida?
A reação da moda à suspensão do direito ao aborto
Na sexta-feira passada, dia 24, uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos gerou uma onda de indignação – e também preocupação – pelo mundo. Por 5 votos a 4, os juízes decidiram revogar a decisão que garantia o direito constitucional ao aborto no país.
E, dessa vez, a indústria da moda não ficou inerte e marcou logo o seu posicionamento contra esse retrocesso, que tem um impacto enorme na vida de milhões de mulheres. As reações vieram desde pequenas marcas independentes até grandes conglomerados de luxo.
A Lululemon divulgou um manifesto contra a decisão da Suprema Corte em seu Instagram e avisou que vai doar 500 mil dólares para uma instituição voltada para os direitos reprodutivos.
A marca homônima do designer Prabal Gurung publicou fotos de modelos usando a camiseta com a frase “Garotas só querem ter direitos fundamentais” e divulgou telefones e sites de instituições que auxiliam as mulheres a terem acesso ao aborto seguro.
O grupo Kering, que detém grifes como Balenciaga, Bottega Veneta e Yves Saint Laurent, escreveu em seu Instagram que é contra qualquer forma de violência contra as mulheres e que apoia a liberdade das mulheres para tomarem suas próprias decisões a respeito de seus corpos e suas vidas.
A Kering postou ainda que vai reembolsar funcionários que tiverem que fazer viagens interestaduais para ter acesso a serviços de saúde não disponíveis em seu estado, incluindo cuidados referentes à saúde sexual e reprodutiva.
A Gucci, uma das marcas do grupo Kering, já havia anunciado a medida ainda em maio, quando vazaram informações sobre a possível suspensão do direito ao aborto. A Levi’s também foi outra grife que se dispôs a custear as viagens de funcionárias que tivessem de ir a outros Estados para conseguir interromper a gravidez de forma legal e segura.
E aqui vale uma explicação sobre essa decisão da Suprema Corte estadunidense. A sentença não proibiu o aborto nos Estados Unidos, mas ela dá margem para que os Estados conservadores possam criar a proibição.
O que os juízes fizeram foi revogar a decisão sobre o caso que ficou conhecido como Roe versus Wade. Naquele julgamento, realizado em 1973, o direito ao aborto foi garantido com base em uma emenda constitucional, que assegura o direito à privacidade. Ou seja: o entendimento era de que o governo não poderia interferir numa decisão de foro íntimo da mulher, de levar a gravidez adiante ou não. Agora, 49 anos depois, a Suprema Corte anulou essa decisão.
Na prática, isso possibilita que cada Estado crie sua própria legislação sobre o tema, restringido cada vez mais o acesso ao aborto ou até proibindo o procedimento por completo.
E o temor é o de que a coisa não pare por aí. A decisão acendeu o alerta de que os ultraconservadores podem querer avançar sobre os direitos de outras minorias, como os negros e a comunidade LGBTQIA+. Todas as manifestações e posicionamentos contra esses retrocessos, portanto, são muito necessárias no momento.
Marc Jacobs
Como vocês sabem, já faz alguns anos que Marc Jacobs decidiu sair do calendário oficial de Nova York e apresentar as suas coleções sozinho, respeitando a sua produção anual.
E a sua última apresentação rolou agora no dia 27, última segunda-feira, na Biblioteca Pública de Nova York. O seu desfile de inverno 2022 rolou 3 dias depois da decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que a gente acabou de mencionar, mas muita gente fez uma leitura dessa coleção como uma resposta ao levante do conservadorismo no país.
Uma pequena carta foi entregue aos convidados, a primeira palavra já chamava a atenção. “Choice”, ou escolha, em inglês, um termo que geralmente é usado entre quem defende a não criminalização do aborto, compreendendo que cada mulher deve ter o direito de escolha sobre o seu corpo.
Aí a cartinha continuava com os dizeres de que o mundo pode estar mudando ferozmente, mas que Marc Jacobs segue convicto de que a criatividade é essencial para a vida: “Podemos nos isolar, mas nossas paredes não são impermeáveis. Uma escolha possível é ser um contraste à brutalidade e feiura do mundo lá de fora.”
Tudo terminava ainda com uma citação ao filósofo Nietzche, com a frase de que “nós temos a arte para não morrer da verdade.”
Evidentemente o desfile foi perto demais da decisão da Suprema Corte estadunidense para ser entendida como uma resposta imediata. Mas vale observar que essa crença de Jacobs na beleza, na criatividade e na arte tem sido posta há algumas temporadas frente ao horror.
E, então, vem as suas roupas. E muitos dos elementos presentes ali são marcas registradas da moda de Jacobs. De uma maneira geral, o seu trabalho em cima de peças bem urbanas, mas com uma finalização que lembra a da alta-costura. Nessa estação, isso apareceu nos volumes exagerados de blusas de tricô, nos casacos usados como se fossem projetados para o tapete vermelho, enfim, em todos os looks dramáticos, que realmente enchem os olhos.
Apareceram também a sua pegada meio grunge, meio punk, além da brincadeira recorrente que ele faz com a logomania, mas, agora, disfarçada em um padrão gigante e colorido. Detalhes como os lencinhos usados na cabeça além das plataformas Mary Jane deram as caras mais uma vez. De diferente, o destaque fica para o uso de materiais incomuns que trouxe um balanço entre beleza e estranheza. Foram usados, por exemplo, papel alumínio, gesso, vidro, plástico, borracha e vinil, para além dos tecidos tradicionais.
Isso, inclusive, parece o grande tom da coleção, o de colocar na balança o desejo pela noite e a necessidade de se proteger, a vontade de mostrar o corpo andando ao lado de uma melancolia desleixada. A abertura gradual que nós estamos enfrentando após a vacinação parece mesmo um pouco esse mundo de opostos em comunhão, meio triste e maravilhoso, esperançoso e desesperançoso. Em resumo, a apresentação trouxe uma imagem potente demais que parece conversar bem com o hoje.
Desfile Jacquemus e lançamento com a Nike
Agora pense em um designer que curte levar os seus convidados para um cartão-postal, uma locação inesquecível, quando vai apresentar as suas roupas. Se você pensou em Jacquemus, está mais do que certo.
O francês já desfilou em campos de trigo, de lavanda e até nas areias do Havaí, mas, agora, decidiu apresentar o seu inverno 2022 na brancura sem fim que forma as montanhas de sal, do Parque Camargue, no sul da França.
Quem estava lá afirmou que o visual total dava uma ideia de futuro distópico ou de que se estava mais perto da Lua do que da Terra.
Os modelos desciam uma passarela que serpenteava o espaço, ficando cada vez mais perto dos convidados. E só depois de um bom tempo era possível enxergar as roupas de perto.
E quem conhece o trabalho de Jacquemus sabe que este estilista adora olhar para a beleza do simples, colocar como luxo aquilo que é bastante fortuito. Por isso, nessa coleção, o uso de materiais rústicos, sem tanto tratamento, tiveram destaque. O resultado imediato disso é uma série de tons de branco, beges, crus e pretos. Momento ou outro surgia um laranja, marrom ou verde, mas nada que destoasse daquele jeitão de roupa conectada com a natureza.
Mas para além dos vestidos moulage, que acompanham as linhas do corpo com tranquilidade, e da alfaiataria soltinha, outra parte da coleção cruzou um caminho mais atlético, por assim dizer, onde o urbano se encontrava com o esportivo e tinha leves momentos de montanhismo.
E isso tem a ver certamente com a mais nova parceria assinada pelo francês que chegou às suas lojas no dia seguinte ao da apresentação: a coleção feminina que ele fez com a Nike, em que todo esse universo de roupa de alta tecnologia encontrou o minimalismo e a sedução de seu DNA.
Na ELLE, inclusive, a gente mostrou essa coleção com exclusividade em um ensaio com Sabrina Sato usando essas peças. Os looks são uma reinterpretação que o designer fez do uniforme clássico de tênis. Além disso, há um sneaker da dobradinho, que debutou nas passarelas de sal e se trata de uma reedição do Humara da Nike – ele promete virar hit. Por aqui, no Brasil, a coleção com a gigante esportiva chega em agosto e poderá ser adquirida no site nike.com e na Cartel 011, em São Paulo.
Calendário Casa de Criadores
E mal a gente se recuperou da maratona de desfiles da São Paulo Fashion Week e já vem mais uma semana de moda por aí! Mas a verdade é que a gente adora embarcar nessa correria toda pra contar pra você tudo o que rola nas passarelas e nos bastidores.
De 6 a 10 de julho a equipe da ELLE vai estar em peso na cobertura da Casa de Criadores, que volta ao formato presencial depois de dois anos de apresentações digitais.
Esta 50ª edição, que marca os 25 anos do evento, traz 33 marcas, entre veteranos, como Rober Dognani e Vicenta Perrotta e novos nomes, entre eles, Alexei e Sillas Filgueira. O evento tem ainda a volta dos estilistas Felipe Fanaia e Filipe Freire, além de muita gente boa que participou das últimas edições, como Nalimo, David Lee, Yebo e Monica Anjos, entre vários outros talentos.
As marcas F. Kawallys e Vittor Sinistra optaram por fazer apresentações virtuais e as demais vão fazer desfiles físicos no espaço Super Loft, na Sé, Centro de São Paulo. Todas as apresentações serão transmitidas pelo site e pelas redes sociais da Casa de Criadores. Então, anote as datas pra não perder nada.
A Casa de Criadores vai ter um esquenta nos dias 4 e 5 de julho, com duas palestras online transmitidas pelo site do evento às 19h. Do dia 6, quarta-feira, ao dia 8, sexta, os desfiles começam a partir das 20h e, no sábado e no domingo, o início é um pouco mais cedo, às 18h.
Fique ligado na nossa cobertura no site e nas redes sociais e depois, claro, vem ouvir aqui com a gente os destaques de mais essa semana de desfiles de moda autoral brasileira.
Morre Leonardo del Vecchio
Morreu na segunda-feira, dia 27, o empresário italiano Leonardo Del Vecchio, fundador da gigante dos óculos Luxottica. Del Vecchio tinha 87 anos e estava hospitalizado devido a uma pneumonia.
Nascido em Milão, em 1935, o futuro bilionário, foi deixado em um orfanato aos 7 anos pela mãe, viúva. A Luxottica foi fundada por ele em 1961 e nas décadas seguintes se tornaria uma das maiores empresas do mundo no ramo de óculos, com fusões e aquisições de outras empresas.
Muito provavelmente, algum par de óculos que você tem ou gostaria de ter tem a Luxottica por trás. A companhia é dona de marcas como Ray-Ban e Oakley, além de ter o licenciamento dos óculos de várias grifes, entre elas, Giorgio Armani, Chanel, Prada, Dolce&Gabbana e Valentino.
Leonardo del Vecchio era o segundo homem mais rico da Itália, com uma fortuna estimada em cerca de 25,5 bilhões de dólares. A herança deve ser dividida entre a viúva e os seis filhos do magnata, que têm idades entre 18 e 65 anos.
Pílula de beauté
Enquanto o nosso editor de beleza, Pedro Camargo, curte seus últimos dias de férias, a repórter Bárbara Rossi não deixa a gente na mão. Na pílula de beauté da semana, ela traz uma tendência que está jogando o visual limpinho pra escanteio. Conta mais, Bárbara!
“As redes sociais tão dando a letra: foi-se o tempo do suco verde, da meditação às 5 da manhã e da rotina interminável de skincare. Chega de maquiagem natural e do cabelo 100% alinhado. Essa estética perfeitinha, que veio de mãos dadas com o movimento wellness e que foi batizada de clean look, dominou a internet durante toda a pandemia. Mas agora, com a vida retornando ao normal, o grito de liberdade pede o fim desses ideais inalcançáveis.
No lugar, vem a sua antítese: o “party girl look”, que é basicamente o visual da gata festeira. Para entender o que é essa estética, pense em Paris Hilton e Lindsay Lohan em fotos de paparazzi nos anos 2000, com cabelo bagunçado e maquiagem borrada. O foco do visual é o olho preto esfumado, que apareceu dos últimos desfiles de marcas como Versace e Schiaparelli e que a gente já deu a letra aqui.
No skincare, esse conceito chega com novas marcas de cosméticos que tem como lema encarar a vida como ela é: caótica e imperfeita. A missão delas não é te incentivar a acabar com os “hábitos ruins”, mas ajudar a pele a evitar as consequências deles. Parte da proposta é trazer produtos multifuncionais, para deixar a rotina mais prática.
Ficou doido pra saber tudo sobre essa trend, né? Então, corre já pra edição de junho da ELLE View que eu conto os detalhes para vocês em uma reportagem completíssima. Tem até dicas de como fazer o olhão preto. Não vai perder, né, gata?”
Dica cultural
E pra fechar o episódio de hoje, a nossa editora de cultura, Bruna Bittencourt, não vai dar a sua dica, não. A Bruna foi dar um pulinho em Alter do Chão e quem vem pra encerrar o ELLE News é o nosso editor de arte Gustavo Balducci, que também arrasa na curadoria cultural. Fala, Gus!
“Oi, gente! Aproveitando que julho foi o mês do orgulho LGBTQIAP+, lançamos no site da ELLE uma lista cheia de séries e filmes que estrearam nos últimos e que celebram a diversidade e merecem ser assistidas o ano todo. Um dos destaques é Heartstopper, uma série recente da Netflix, inspirada nos quadrinhos da autora Alice Oseman, que narra o romance entre Charlie e Nick, dois garotos de universos completamente diferentes que se conhecem no colégio. Graças à sua abordagem leve sobre questões de gênero e sexualidade, a série já conquistou fãs de todas as idades. Vale conferir!
Além de Heartstopper, também chegou ao Starplus Fire Island, uma comédia romântica gay inspirada no clássico Orgulho e Preconceito de Jane Austen. O filme mostra um grupo de amigos tentando se divertir em uma ilha que é ponto turístico para a comunidade LGBT no verão e discute, com muito bom humor, temas como preconceito, diferença entre classes sociais, e racismo. Então, não deixe de conferir a lista completa no site da ELLE Brasil. Tchau!”
Este episódio usou trechos das apresentações de inverno 2022 de Marc Jacobs e Jacquemus, e trechos das músicas Save Your Tears, de The Weeknd; Mood Ring, de Lorde; N95, de Kendrick Lamar; Fils de Joie, de Stromae; o tema do filme Carruagem de Fogo, de Vangelis, e Girls Just Wanna Have Fun, de Cyndi Lauper.
E nós ficamos por aqui. Eu sou Patricia Oyama. E eu sou o Gabriel Monteiro.
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Agora, bora sextar. Até semana que vem!
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