O legado de estilo de Françoise Hardy

Françoise Hardy morreu aos 80 anos nesta terça-feira, 11.06, deixando um legado como cantora, atriz e ícone da moda. No começo dos anos 1960, encantou o mundo dedilhando o violão e cantarolando letras melancólicas, mas também como modelo, com direito a cliques de Richard Avedon.

Foi um dos mais importantes nomes do estilo yé-yé, o pop francês da época, que repercutia a efervescência musical inglesa. Com a canção “Je changerais d’avis” (1966), Hardy cantava sobre a vida não ser resumida a apenas amar garotos. E fazia isso vestida de minissaia, suéter e calçando botas que cobriam as canelas, tudo com aquele jeito de uniforme do colégio.

Françoise Hardy com look anos 1960. Foto: Getty Images

Françoise Hardy com vestido desenhado por Paco Rabanne. Foto: Getty Images

As décadas seguintes não seriam as mesmas, por causa dessa influência. Ela era parte de um sopro, ou melhor, de uma nouvelle vague libertária em tempos conservadores. Ao lado de Brigitte Bardot e Jane Birkin, moldou essas mudanças em visuais de moda, formatando um jeito francês de viver e vestir a vida, que impacta até hoje.

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Amante da alfaiataria, o seu uso de blazers ajudou a popularizar o guarda-roupa masculino no visual delas. Com camisa branca e calça jeans, ela impressionava com simplicidade, mas também se divertia com as experimentações que apareciam, como os vestidos metálicos de Paco Rabanne e o histórico Le Smoking, de Yves Saint Laurent.

Françoise Hardy de blazer, sua peça preferida. Foto: Getty Images

A sua imagem se eterniza agora com elementos marcantes: o terno com denim, o vestido boêmio, meio bucólico, meio romântico, os casacões peludos ou perfeitos para se cobrir da chuva e, claro, a franja. A franja escondendo, revelando, emoldurando o rosto.