Wes Anderson estreia na Netflix “A incrível história de Henry Sugar”

Curta-metragem é o primeiro de uma série de quatro que o diretor lança em setembro na plataforma e que adapta a obra de Roald Dahl ("A fantástica fábrica de chocolate").


O ator Benedict Cumberbatch em cena do curta-metragem A Incrível história de Henry Sugar, do diretor Wes Anderson



Embora seja conhecido por filmes como Os excêntricos Tenenbaums (2001), Moonrise Kingdom (2012) e O Grande Hotel Budapeste (2014), Wes Anderson também se aventura no universo dos curtas-metragens.

Um dos primeiros trabalhos do diretor estadunidense foi o curta Bottle Rocket (1994), que serviu de esboço para seu primeiro longa-metragem, que carrega o mesmo nome. Depois, veio Hotel Chevalier (2007), protagonizado por Natalie Portman e Jason Schwartzman, prólogo para Viagem a Darjeeling (2007). Cinco anos mais tarde, ele apresentou um novo curta: Castello Cavalcanti (2013), mais uma vez protagonizado por Schwartzman e apresentado pela Prada – a grife italiana acaba de abrir em sua fundação em Milão uma mostra sobre o mais recente longa do diretor, Asteroid City.

Inaugurando sua parceria com a Netflix, Anderson estreia nesta quarta-feira (27/9) A incrível história de Henry Sugar, curta recém-saído do Festival de Veneza e baseado em um conto homônimo de Roald Dahl (1916-1990), publicado em 1977.

Com 37 minutos de duração, o novo projeto acompanha um homem rico e ganancioso, interpretado por Benedict Cumberbatch (Ataque dos cães), determinado a descobrir o segredo de um guru capaz de enxergar sem usar os olhos, com o intuito de trapacear no jogo e aumentar sua fortuna.

Na tela, a simetria, o uso de cores pastel, os movimentos de câmera lineares e todos os demais elementos que se tornaram a marca registrada de Anderson estão presentes. A novidade fica por conta de trocas de cenário para as transições de cena que remetem ao teatro.

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Benedict Cumberbatch (à esquerda) e Ben Kingsley (ao centro) em cena de “A incrível história de Henry Sugar”, da Netflix.

Quem narra os acontecimentos da trama é o próprio Dahl, interpretado por Ralph Fiennes (O menu), e os outros personagens quando se dirigem à audiência em suas falas. “A história está sendo contada diretamente a você. É por isso que Dahl está no filme, porque ele é o narrador, não apenas o autor. E os atores estão tanto representando a cena quanto recitando as palavras de Dahl”, explicou o diretor.

“Benedict Cumberbatch foi uma figura-chave e alguém com quem eu queria trabalhar. Tenho uma pequena história com Ralph Fiennes (um dos protagonistas de O Grande Hotel Budapeste), e tê-lo interpretando Dahl foi algo que me fez realmente querer fazer o filme”, disse Anderson. Além da dupla, o elenco inclui Dev Patel (Quem quer ser um milionário?) e Ben Kingsley (Gandhi).

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Benedict Cumberbatch e Ralph Fiennes, protagonistas do novo curta-metragem de Wes Anderson para a Netflix.

Wes Anderson e a obra de Roald Dahl 

Esse é o segundo livro de Dahl adaptado por Anderson desde O fantástico Sr. Raposo (2009). Traduzida no mundo todo, a obra do escritor britânico se popularizou principalmente entre o público infantil, e conta com títulos como Matilda, As bruxas e James e o pêssego gigante, todos adaptados para o cinema. Em dezembro, uma prequela de A fantástica fábrica de chocolate, outro clássico do autor, chega com Timothée Chalamet (Duna) no papel de Willy Wonka.

“Nós amávamos esses livros, conhecíamos a imagem por trás deles e o cara que nos contava a história. Sua voz era tão forte que você meio que sentia que o conhecia. E há algo sobre isso, sobre sentir que você tem um relacionamento pessoal com o autor que está contando a história. Alguns escritores proporcionam isso mais do que outros”, completou Anderson, que teve a ideia de adaptar Henry Sugar há quase duas décadas.

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Dev Patel, Ben Kingsley e Richard Ayoade.

Até o final de setembro, outros três curtas-metragens baseados nos textos originais de Dahl serão lançados na Netflix, todos dirigidos por Anderson e com o mesmo elenco do primeiro. O cisne conta a história de um menino perseguido por valentões (estreia em 28/9); O caçador de ratos é um conto menos conhecido de Dahl sobre um exterminador profissional de roedores (29/9) e Veneno apresenta o caso de um homem que descobre um cobra venenosa em sua cama (30/9).

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