Feira de design na França aposta no surreal como escape e combustível criativo

Fantasia, humor e poesia podem gerar novas paisagens criativas e surpreendentes em um mundo complexo e caótico. Essa é uma das reflexões propostas pela feira de design na França Maison&Objet 2025, que começa nesta quinta (16.01), no centro expositivo Paris Nord Villepinte, na capital francesa. Movida pela temática Sur/Reality, a edição reverencia ainda o centenário do movimento surrealista, que até hoje inspira designers, agora munidos pelo mundo digital e inteligência artificial.

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Essa busca por refúgio nos sonhos e em realidades alternativas é uma trend no universo criativo, e foi confirmada pela agência especializada Peclers Paris, parceira da Maison&Objet.  Além do mundo do design, há exemplos recentes na moda e no cinema, como é o caso do bem-sucedido filme Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos, lançado em 2023, com códigos estéticos fortes e fantásticos. 

Designer do ano

Faye Toogood é o nome da vez na feira francesa. A britânica foi escolhida como designer do ano pela sua trajetória na criação de móveis, roupas e esculturas.

Faye Toogood, designer do ano na Maison&Objet 2025. Foto: ©Toogood

Formada em História da Arte, Faye trabalhou em uma revista de design de interiores antes de lançar a sua própria marca. Em 2014, criou uma das suas peças mais famosas, a cadeira Roly-Poly, de assento curvo e quatro pernas espessas. Sua coleção mais recente, Assemblage 8, tem a poltrona estofada rechonchuda batizada de Gummy, além de mesas e banquinhos.

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Poltrona Roly-Poly, de Faye Toogood. Foto: Matthew Donaldson

Essas peças devem ser expostas na instalação Womanifesto: Ceci n’est pas une chaise!,que Faye desenvolveu para a Maison&Objet 2025. Dividida nos núcleos Desenho, Material, Escultura e Paisagem, a mostra convida o público a entrar na mente da designer e acompanhar o seu processo criativo.

Talentos em ascensão

Na feira, serão apresentados sete designers e estúdios vencedores do Rising Talents Awards de 2025. Neste ano, os criativos são da Coreia do Sul e, seguindo a regra do prêmio, têm menos de 35 anos e abriram seus escritórios nos últimos cinco anos.

Segundo a organização, essa nova geração de designers está explorando os paradoxos entre as influências ocidentais e as raízes de sua herança artesanal, inovando com materiais e mudando os limites entre design e arte.

Sun, Moon, and Five Buildings, peça do designer WooJay Lee Foto: DR

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Entre os vencedores, há o designer de Seul Sisan Lee, autor de móveis esculturais e peças de iluminação que combinam pedras brutas com placas de aço industriais. Há ainda o coreano-neozelandês WooJay Lee, que se inspira em detalhes negligenciados da vida cotidiana para criar bancos, pedestais, tijolos e divisórias sólidas. 

Coleção Proportions of Stone, do designer Sisan Lee. Foto: DR

Neste ano, a Maison&Objet reúne, ao todo, 2.400 marcas de diferentes países, distribuídas em 14 setores. Há ainda espaços expositivos, com instalações, e programação de talks, que seguem até segunda (20.01).  

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