A volta de Alber Elbaz e a semana de alta-costura

Ano novo, temporada nova e coleções novas. A semana de alta-costura é o destaque do primeiro episódio da segunda temporada do nosso podcast, que também mudou de nome!


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Pois é, e as mudanças para este ano não param só no nome, não. A gente tá cheio de novidades, aqui no território de podcasts da ELLE Brasil.

Sim, podcasts! Outros formatos e programas estão no forno e serão lançados logo menos. Nós vamos explicar tudinho nos próximos episódios.

Mas, por enquanto, a gente te conta das mudanças por aqui, no ELLE News, que segue como o podcast noticioso de moda e beleza da ELLE Brasil. Toda segunda-feira, logo pela manhã, você tem um novo episódio no ar, em que eu e o Gabriel Monteiro contamos tudo o que rolou de mais importante na última se mana.

Sabe aquela certeza de estar ligado sobre todos os assuntos, do business ao comportamento? É isso o que você continua encontrando por aqui. E com algumas participações fixas mais do que especiais. Pedro Camargo, nosso editor de beleza, colará por aqui toda semana pra avisar o que tá rolando no universo de make, skincare, nessa indústria como um todo.

Já a Bruna Bittencourt, a nossa editora expert de cultura, vai fechar todo episódio com uma dica de filme, música ou exposição. Ou seja, toda segunda-feira você tem um encontro marcado com a gente, pra começar muito bem a semana, informado, atualizado, sacando tudo o que tá rolando! Bora lá!

O retorno de Alber Elbaz

Alber Elbaz: uma cole\u00e7\u00e3o inteligente na semana de alta-costura
Alber Elbaz: uma coleção inteligente na semana de alta-costura

AZ Factory

A temporada de verão 2021 de alta-costura começou na última segunda-feira, dia 25, e terminou na quinta-feira, dia 28, em formato digital ou híbrido, em função da pandemia de Covid-19.

E trouxe um comeback bastante aguardado. Depois de cinco anos longe dos holofotes, Alber Elbaz voltou com sua nova marca, a AZ Factory. uma coleção inteligente, ele mostrou que está mais preocupado com quem usa a sua roupa e que está mais determinado a abraçar todos os tipos de corpos do que reproduzir muitas firulas Mas antes de contar tudo sobre esse retorno, a gente aproveita pra dar uma breve biografia desse estilista, que é considerado um dos mais queridos e carismáticos da indústria.

Alber Elbaz nasceu em Casablanca, no Marrocos, em 1961, mas se mudou para Israel com a família quando era criança. Ele se formou como estilista por lá, mas logo depois se mudou para Nova York, onde começou a trabalhar com o costureiro estadunidense Geoffrey Beene.

Mais tarde o estilista seguiu para Paris, onde fez uma rápida passagem pelo ateliê de Guy Laroche. Mas uma virada nessa história acontece quando recebe uma ligação do próprio Yves Saint Laurent. A proposta? Atuar na linha de prêt-à-porter da grife francesa. Um ano depois, porém, a Saint Laurent foi comprada pelo grupo Kering, e Tom Ford foi colocado no em seu lugar.

Mas a virada do milênio viria com mais uma ligação que mudaria o rumo de sua vida. Era Shaw-Lan Wang na linha, ou a Madame Wang, que havia adquirido a Lanvin em 2001. E ela vinha com um desafio: Que Elbaz desse novo brilho a esta que é a mais antiga maison do mundo. E deu mais do que certo.

Em 2007, Alber foi eleito um dos cem nomes mais influentes do mundo pela Time. A Lanvin voltou a assumir um lugar de destaque entre as marcas internacionais, ditando tendências, emplacando hits, assinando colaborações e vestindo celebridades.

14 anos depois, uma notícia pegou absolutamente todos de surpresa: ele foi demitido sem muitas explicações da Lanvin. Fontes afirmam que rusgas entre o estilista e a direção executiva levaram a essa ruptura, mas acontece que os fãs do costureiro se viram órfãos de suas criações.

Bem, pelo menos, até o ano passado, quando Elbaz anunciou a AZ Factory, um empreendimento em parceria com o grupo Richemont, que também detém casas como Alaïa, Cartier e Chloé. Inclusive, essa foi a primeira marca a ser construída do zero dentro do conglomerado.

E então a gente fala agora da estreia da AZ Factory, que é também o retorno aos holofotes desse grande estilista. A AZ Factory, leva já no título a primeira e última letra de Alber Elbaz, além da deixa de que se trata de um laboratório, uma fábrica, onde a produção coletiva é valorizada.

A ideia da marca é não trabalhar com as várias coleções do calendário tradicional e muito menos sucumbir aos chamados drops, as coleções cápsulas. Segundo o designer, essa palavra o faz lembrar remédios, antibióticos. O seu objetivo é mergulhar em um grande projeto para executar com seu time. Uma história por vez, como ele mesmo anunciou.

E essa primeira história da AZ Factory veio no formato de um curta-metragem, chamado The Show Fashion, com um pouco mais de 25 minutos. Uma mistura de fashion film, de entrevista com o estilista e de documentário mais técnico, a peça explica a concepção dos materiais usados mas também dá vazão ao bom humor de Elbaz.

No vídeo, o estilista conta que o tempo longe das passarelas foi importante para voltar a se apaixonar por moda. Ele lembra que não largou por completo a indústria – de fato, ele vinha trabalhando na concepção de acessórios com etiquetas como a Tod ‘s. Mas diz que essa desconexão com o que se trabalha é fundamental para conseguir pensar e sonhar mais uma vez com o assunto.

Só que uma pergunta ficou na cabeça do costureiro ao longo desses anos. A moda ainda é relevante? E ele mesmo responde: “um grande sim! É quando as coisas não estão bem que precisamos de algo como a moda”.

Isso não significa, porém, que a indústria deva permanecer a mesma. O momento, na verdade, é de reset. E esse reset ele encontrou com a ajuda da tecnologia.

No conceito para a coleção ele partiu de um mal que assola muitas pessoas, principalmente as mulheres. A maioria, de acordo com ele, parece viver algum tipo de batalha com o seu peso. Elbaz explica que um estilista pode tentar fazer a mágica de construir um vestido que ajude as pessoas a terem o corpo que desejam, mas que esse é um pensamento velho. Outra solução é ser mais engenheiro do que designer. Por isso, decidiu construir um tecido do zero, que abraçasse o corpo da mulher, independentemente de seu formato.

Elbaz trocou por um tempo os assistentes de estilo por alguns cientistas. Junto com eles, desenvolveu o que ele chama de “anatoknit”, uma malha canelada, com 13 diferentes elasticidades, que tem partes mais grossas e outras mais finas, além de perfurações que auxiliam na respiração e permitem menos lavagens. Com essa malha é possível, por exemplo, que algumas partes do corpo sejam envolvidas com mais firmeza enquanto que outras, como o quadril e as pernas, tenham maior liberdade de movimento.

Outra sacada inteligente do estilista? As peças podem ser fabricadas do tamanho XXS, o que equivale a um extra, extra pequeno, ao XXXXL, ou extra, extra, extra, extra grande. Outro fator é a autonomia de quem veste a roupa. Depois de muito tempo se perguntando porque os zíperes das roupas masculinas ficam na parte frente, enquanto que o das femininas são costurados na parte de trás, ele colocou fechos ao alcance das mãos para facilitar o abrir e fechar das peças. E fez isso deixando tudo com aparência de joia.

Os looks dessa primeira coleção da AZ Factory são divididos em três séries básicas. Uma tem 10 versões diferentes de cocktail dresses, grudados no corpo. Outra é uma série bem inspirada nas roupas esportivas, mas que mudam completamente de cara com um complemento, como uma saia balão de cetim, por exemplo. E, por fim, uma série de pijamas, coloridos, estampados, que foram feitos em parceria com artistas gráficos que se inspiraram em beijos e abraços, tudo aquilo que faz falta na quarentena.

Essa inteligência toda também aparece na distribuição dessa coleção. No mesmo dia do lançamento as peças já ficaram disponíveis para compra online na Farfetch, no Net-a-Porter e no site oficial da marca. Um retorno e tanto. Ou melhor, um reset poderoso e esperto, como o próprio Alber Elbaz preferiu chamar.

Highlights do verão 2021 de alta-costura

A estreia de Kim Jones na alta-costura da Fendi
A estreia de Kim Jones na alta-costura da Fendi

Divulgação

Mas a semana de alta-costura teve outros highlights além da AZ Factory, de Elbaz. Um deles foi a Fendi, agora comandada por Kim Jones.

Quem foi esperando por uma Fendi com um toque evidente de Kim Jones se frustrou ou se surpreendeu. Fato é que o estilista, um dos mais adorados nomes do streetwear, diretor criativo da ala masculina da Dior e que fez as maiores colaborações com etiquetas esportivas e artistas contemporâneos nos últimos anos, não trouxe este know-how de rua para a alta-costura não.

O desfile aconteceu em uma passarela que se formava entre dezenas de logos da Fendi em vidro, que formavam as paredes de um labirinto. Rendas em vestidos longos, materiais com transparências e acetinados, além de capas monásticas pareciam celebrar algum tipo de passado. Provavelmente aquele que ambienta o livro Orlando, de Virginia Woolf, de quem o estilista é fã. A escritora fez parte do movimento Bloomsbury, formado por artistas que influenciaram não só na literatura, mas também o jeito de se falar sobre sexualidade. Na coleção, referências a ela aparecem em looks que brincam com o masculino e o feminino, muitas vezes de um jeito literal, com a alfaiataria cortada pela metade e continuando na forma de um vestido. A divisão também rolou entre o público. Parte amou ver um lado que não conhecia de Jones. Outra parte odiou e deixou isso bem claro.

Já a presença de modelos masculinos na passarela teve a aprovação da maioria. Algo bem incomum na temporada de alta-costura, os homens estiveram não só nessa apresentação, mas também em outras casas. E falando em casting, esse foi o grande acontecimento da apresentação da Fendi. Sabe quem estava na passarela? Ninguém menos do que Demi Moore, Kate Moss, Christy Turlington, Cara Delevingne, Naomi Campbell e várias outras musas da moda.

Já a Chanel decidiu reproduzir um casamento de campo no Grand Palais. A plateia estava mais vazia, seja para um desfile Chanel ou um casamento, mas contava também com grandes estrelas. Entre as musas, que assistiram ao desfile, estavam Penélope Cruz, Marion Cotillard, além de Lily-Rose Depp e a mãe, Vanessa Paradis. Na coleção, Virginie Viard mostra mais uma vez que está mais interessada em fazer roupa para mulheres do que qualquer outra pirotecnia. Isso pode desagradar alguns fãs do legado exagerado de Karl Lagerfeld, mas definitivamente mostra um caminho próprio da estilista que sucedeu o mestre na marca.

Quando a coisa aperta, quem não recorre um pouco à espiritualidade e ao misticismo? Se depois da Segunda Guerra Mundial o próprio Christian Dior recorreu ao tarô para saber do paradeiro de sua irmã desaparecida, Maria Grazia Chiuri lançou mão desse oráculo milenar para assinar a sua mais nova coleção couture.

No fashion film apresentado pela Dior, mais uma vez com direção de Matteo Garrone, bordados de signos do zodíaco se dividem com referências medievais e renascentistas. Os vestidos ecoam imagens dos séculos 14 e 15, quando o tarot de Visconti-Sforza foi criado para o Duque de Milão. Sonhar um pouco e recorrer aos símbolos foi a resposta da maison para este momento atual, no qual muita gente vem refletindo sobre quem é e o que está fazendo no mundo.

A Schiaparelli foi uma chuva de likes. Bem, pelo menos o reconhecimento do trabalho de Daniel Roseberry na casa tem rolado, dentro e fora das redes. Primeiro veio Lady Gaga, com um look feito sob medida pelo estilista, na cerimônia de posse do presidente Joe Biden, nos EUA. O Twitter ficou um bom tempo citando o broche de pomba dourada em sinal de paz, criado pelo designer e usado pela cantora.

Depois, rolou a temporada de couture. Roseberry, que é o estilista que mais entendeu e soube explorar a fantasia e o surrealismo da grife, desde que a marca voltou à ativa em 2013, usou de bom humor e boa memória pra trabalharr os signos da casa. Exemplo disso é a brincadeira com acessórios e os torsos atléticos reproduzidos sobre as roupas, uma referência ao manequim que a própria Schiaparelli usava para modelar as suas criações.

E a Valentino, depois de colocar modelos penduradas com vestidos gigantes no teto da Cinecittà, em Roma, decidiu por uma apresentação menos surpreendente na localização e no conceito, mas não menos emocionante. A alta-costura virou definitivamente a temporada de Pierpaolo Piccioli, e apesar das roupas soarem mais básicas que os vestidos de tapete vermelho que costuma apresentar, a simplicidade dessa silhueta é a grande sacada da vez. O resultado é uma imagem mais contemporânea a ser explorada na alta-costura. Botas metalizadas para além do joelho, e o poder da beleza assinada por Pat McGrath, com cabelos lisos e trançados, longos, até o quadril, enfeitiçaram a visão de quem assistiu a apresentação.

E já que nós estamos falando de make, vamos chamar quem entende do assunto. O Pedro Camargo, nosso editor de beleza da ELLE, comentou sobre os grandes destaques de maquiagem e cabelo desta semana de alta costura. E sabe o que ele reparou? Que várias das tendências ali já tinham sido apresentadas antes no site da ELLE Brasil, Fala, Pe:

“Menina, eu vou te contar uma coisa. Estou me achando a maior coolhunter do momento, porque tudo o que apareceu na semana de alta-costura em termos de beleza foi adiantado por ELLE.com.br. Por exemplo, falamos de mullets há um tempo atrás e o que rolou? Mullets na Viktor & Rolf. Falamos em uma matéria fantástica da Isis Vergilio sobre batom vermelho… Batom vermelho na Schiaparelli! Outra coisa que já havíamos adiantado em ELLE.com.br foram os acessórios de cabeça. Eles apareceram no Giambattista Valli, no Viktor & Rolf também, em uma versão mais maluquinha, na Chanel, em uma coroa de flores, meio Coachella, meio couture. Muito cabelão, muito cabelo longo. Teve um cabelão na Valentino que era bem comprido, bem escorrido. E o metalizado da vez é o dourado, porque apareceu na Valentino, apareceu na Schiaparelli. Acho que muito mais do que outros tipos de glitter, nós vamos ver muito esse dourado. O que é algo que eu adoro.”

Amanda Gorman assina contrato com a IMG Models

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Amanda Groman veste casaco amarelo e tiara vermelha da Prada na posse de Joe Biden.

Getty Images

A participação de Amanda Gorman na posse de Joe Biden e Kamala Harris, no mês passado, durou só 5 minutos e meio, mas foi o bastante para ela chamar a atenção do mundo inteiro — não só pelas palavras, mas também pela imagem forte e segura que passou em frente às câmeras. Depois da posse, quem ainda não conhecia a poeta de 22 anos correu pro Google para descobrir quem é essa garota.

Amanda começou a escrever poemas ainda criança, para superar um problema que tinha na fala. Como você ouviu aí, o método deu mais do que certo. Socióloga, formada pela Universidade de Harvard, ela foi a primeira poeta juvenil laureada nos Estados Unidos e a mais jovem poeta a se apresentar na posse de um presidente estadunidense.

Depois da cerimônia de janeiro, o sucesso da garota chegou a outro patamar. Nesse domingo, dia 7, Amanda vai se apresentar na abertura do Superbowl, o jogo final da liga de futebol americano, que é aquele acontecimento nos Estados Unidos.

E a gente deve ver o rosto de Amanda cada vez mais por aí. A agência de modelos IMG fechou um contrato e vai representar oficialmente a poeta em assuntos relacionados à moda e beleza.

Apesar de ser das letras, Amanda já mostrou que fica bem à vontade na seara da moda, como ficou comprovado pelo look que ela escolheu pro dia da posse: toda de Prada, com um casaco amarelo e uma tiara vermelha na cabeça. Esses itens, por sinal, tiveram um aumento colossal nas buscas pela internet logo depois da cerimônia.

E, só para complementar essa notícia, a posse de Biden rendeu mais um talento pro casting da IMG. A agência também fechou contrato com a estudante de design de moda Ella Emhoff, que é enteada da vice-presidente Kamala Harris. Na cerimônia, Ella viralizou com seu casaco xadrez, com bordados brilhantes nos ombros, da Miu Miu.

Quer dizer: Miuccia Prada já chegou com tudo nesse novo governo dos Estados Unidos.

As collabs da Converse em 2021

De Comme des Gar\u00e7ons a Tyler, The Creator, Converse anuncia 12 collabs para 2021
De Comme des Garçons a Tyler, The Creator, Converse anuncia 12 collabs para 2021

Reprodução

E os sneakerheads, pelo jeito, vão ter que se segurar este ano. A Converse, dona da marca All Star, anunciou as parcerias programadas para 2021, e elas não são poucas e nem fracas. São 12 escolhidos, entre grifes e nomes do esporte e da música, que vão assinar collabs ao longo do ano.

Uma das parcerias mais aguardadas, que enfim vai se concretizar, é com Kim Jones, o diretor artístico da linha masculina da Dior e, como a gente acabou de falar, o novo diretor criativo do feminino da Fendi.

Além dele, a Converse vai realizar novas collabs com as marcas Telfar, Off-White, Comme des Garçons, Bandulu, Chinatown Market e Concepts. Do esporte, são três parceiros vindos das quadras de basquete: Draymond Green, Julius Erving e Natasha Cloud, além do skatista Alexis Sablone. Por fim, a Converse chamou ainda o rapper Tyler, the creator, que você ouviu no início dessa notícia.

O resultado da primeira parceria do ano já chegou ao mercado no fim de janeiro: é a coleção feita com a Concepts, que se inspira nas cores e na textura do pêssego. A próxima da lista é a collab com a marca de streetwear Bandulu, que vai levar bordados aos modelos. Prepare o cofrinho!

Vetements e protestos de Hong Kong?

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Segundo Guram Gvasalia, a inspiração para as peças da Vetements respingadas de tinta azul veio dos protestos realizados em Hong Kong entre 2019 e 2020.

Divulgação Vetements

Desde que surgiu em 2014, a marca francesa Vetements curte entrar numa boa polêmica. Agora, a discussão vem da coleção de inverno 2021, que tem um clima meio apocalíptico. Várias peças são respingadas de tinta azul e, segundo o executivo chefe da marca, Guram Gvasalia, a inspiração para essas roupas veio dos protestos realizados em Hong Kong entre 2019 e 2020.

Relembrando aqui, os manifestantes tomaram as ruas de Hong Kong em março de 2019 para protestar contra a Lei de Extradição, que permitiria que habitantes de Hong Kong pudessem ser extraditados e julgados pelas leis da China continental. Apesar da repressão violenta contra os manifestantes, os protestos continuaram a ser realizados nos meses seguintes, juntando várias outras insatisfações da população, e chegaram até o início de 2020.

E o que isso tem a ver com a coleção da Vetements? Bom, uma das táticas da polícia de Hong Kong na época era disparar jatos de tinta azul contra os manifestantes, para marcar essas pessoas e facilitar a identificação e prisão dos ativistas.

A Vetements reproduziu esse efeito de tinta respingada em camisetas, casacos, vestidos e outras peças e a repercussão foi mista. Enquanto alguns aprovaram a iniciativa, por chamar a atenção pros problemas de Hong Kong, outros, como o perfil de instagram Diet Prada, acusaram a Vetements de querer lucrar com a desgraça alheia.

E para encerrar, a gente conta com mais uma ótima novidade aqui do ELLE News. A Bruna Bittencourt, nossa editora de cultura da ELLE, sempre encerrará os nossos episódios com uma dica cultural. Anota aí que ela vai trazer os melhores filmes, as exposições mais interessantes, tudo aquilo que você não vai querer perder porque vale muito! Fala aí Bruna:

“Estreia nesta sexta-feira, dia 5, na Netflix, Malcolm & Marie, o tão falado filme de Sam Levinson, o criador de Euphoria, série da HBO. O filme traz Zendaya, também protagonista de Euphoria, e John David Washington, de Infiltrados no Klan, como o casal que dá nome ao filme. Malcolm & Marie se desenrola ao longo de uma noite, quando os dois chegam em casa após a estreia do filme que ele dirigiu. E aí começa uma DR monstruosa, que percorre todo o filme. Entre essa discussão, a gente vai descobrindo a história dos dois e o que está por trás dessa briga. Filmado em preto e branco, o longa tem uma fotografia belíssima. Malcolm & Marie também dá uma bela cutucada nos críticos de cinema, aproveitando que o protagonista está esperando pelas resenhas do seu longa. O filme, aliás, vem dividindo a crítica. Mas vale assistir, fica essa dica.”

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