Futuro da moda: #Movimento discute a sustentabilidade na indústria

Em seis encontros a plataforma criou uma rede de apoio entre grandes organizações e pequenos e médios empreendedores de moda





A primeira fase do #Movimento foi concluída com um saldo muito positivo para as 13 marcas independentes que participaram do projeto, que tem como propósito impulsionar o desenvolvimento sustentável na moda em seus diferentes pilares. Catarina Mina, Dane-se, Dendezeiro, EMI Beachwear, Fernanda Filippis, Gisela Franck, Lily Franco, Mescla, Normando, NUU Shoes, Palone Design, Petrvs Figueira e Poema Hit foram as marcas selecionadas a partir de uma curadoria do Sebrae em parceria com a ELLE para essa jornada de aprendizado que contou com seis encontros virtuais com grandes empresas de diferentes setores: Fiat, Santander, ELLE, L’Oréal, Cia Hering e Inova Business School.

Em cada ciclo, executivos destas companhias estiveram com as 13 marcas para apresentar de forma prática como estão cada vez mais comprometidos em transformar o que era agenda de responsabilidade social em sustentabilidade como estratégia de negócios. O intuito deste formato foi de criar um espaço de troca, incentivando boas práticas de gestão e desenvolvimento sustentável desmistificando de que trilhar este caminho seja complexo e que sua adoção é fenômeno apenas para grandes empresas e também aproveitando a oportunidade de se reinventar nesse período difícil ao qual estamos atravessando.

image

A partir da esquerda: bolsa Catarina Mina, desfile de Petrvs Figueira e look Dane-seDivulgação

A partir da esquerda: bolsa Catarina Mina, desfile de Petrvs Figueira e look Dane-se
A partir da esquerda: bolsa Catarina Mina, desfile de Petrvs Figueira e look Dane-se

“O ano de 2020 foi um momento em que nos sentimos muito sozinhos e quando recebemos o convite para participar do #Movimento, percebi essa rede de apoio e entendi que faríamos conexões com um pensamento de fortalecer a rede da moda”, diz Celina Hissa, da marca cearense Catarina Mina, sobre sua experiência dentro do projeto. “Foi muito bacana porque tivemos esse horizonte tanto de coletivo como de futuro e aprendemos muito tanto em rede, como nas trocas com as marcas e em todos os momentos”, completa ela.

Para o paraense Petrvs Figueira, o suporte da plataforma também foi muito importante para incentivar sua marca homônima. “Participar do Movimento me mostrou o quanto o meu projeto necessitava de orientações que estão além da criação”, diz o estilista. “Percebi que uma marca independente também pode ter um impacto importante para a comunidade e assim desempenhar um papel relevante”. As diferentes abordagens de cada encontro também trouxeram bons insights para Figueira. “Foi importante para entender como a sustentabilidade deve ser uma busca continua”, conta ele, que também ficou contente pelo reconhecimento de sua marca. “É muito bom ver que temos novos narradores da Amazônia conquistando visibilidade na moda nacional e com o suporte de uma revista importante como a ELLE.”

Nesse primeiro estágio do #Movimento começamos recebendo duas especialistas em comunicação e sustentabilidade: a responsável pela comunicação e produção de conteúdo para as marcas Fiat, Jeep, Ram e Mopar, Maria Lucia Antônio, e a nossa colunista Marina Colerato, para um papo sobre o valor do posicionamento na construção de marca e o conceito de sustentabilidade radical, respectivamente. Para Daniel Moreira, um dos fundadores da marca brasiliense Dane-se , o papo rendeu boas ideias. “Foi demais. Tivemos uma aula de como posicionar uma marca, como comunicar com os clientes e trazer isso de uma forma positiva”, diz ele, que também ficou muito feliz por ter sido selecionado para entrar na plataforma. “Ser visto e reconhecido pela ELLE como uma das marcas que está fazendo a diferença nesse momento tão difícil é muito importante e um divisor de águas para a Dane-se”, revela.

image

Look Lily Franco (esquerda) e colar Fernanda FilippisDivulgação

No segundo encontro falamos sobre o apoio ao empreendedorismo na indústria da moda e como a sustentabilidade trouxe novas perspectivas para esse mercado com especialistas do Banco Santander Brasil. Entre os assuntos discutidos estavam dicas de boas práticas para que um micro ou pequeno empreendedor possa lidar com os desafios financeiros bem como oportunidade, contando com a estrutura de um banco que tem como um dos 3 pilares da sustentabilidade fomentar o empreendedorismo resiliente e inclusivo, sendo possível, portanto trabalhar para uma moda mais sustentável hoje. O papo ajudou a refrescar o olhar das marcas apoiadas, como a Lily Franco, de Paula Le Moult. “Eles foram muito claros, trouxeram a sustentabilidade de uma maneira esclarecida e segmentada, o que me ajudou a olhar para o meu negócio e entender o que já era sustentável e mapear a minha história de outra maneira”.

image

A jornalista Chantal Sordi (esquerda) e a publisher da ELLE Brasil, Susana Barbosa, no terceiro encontro #Movimento

O terceiro encontro destacou o papel da revista de moda hoje, em um papo com a diretora de redação e publisher da ELLE Brasil, Susana Barbosa. Responsável pelo retorno da ELLE ao país, ela contou sobre os desafios de retomar uma revista de moda em plena pandemia e como esse momento fez todo o time da redação repensar seu propósito na indústria, não só como um veículo de comunicação, mas também um agente de transformação. Para Celina Hissa, a conversa e todo o apoio que o time da ELLE deu à Catarina Mina foi extremamente importante. “Essa troca trouxe um olhar bem relevante para os nossos pequenos desafios e para as decisões a longo prazo”, diz a designer.

image

A partir da esquerda: looks Dendezeiro, EMI Beachwear e Gisela FranckDivulgação

No quarto ciclo recebemos a diretora de sustentabilidade da L’Oréal Brasil, Maya Colombani para um papo sobre as iniciativas sustentáveis da marca, que pautam inclusive o tratado de L’Oréal para o futuro, e como a empresa está em cada área entendendo como pode mitigar não apenas os impactos ambientais de sua atividade mas se comprometer com as esferas do social e econômico como metas a serem perseguidas pela companhia. “A partir desses encontros, como o da L’Oréal, conseguimos colocar em prática as mudanças necessárias para crescermos de uma forma consciente, mudando realmente a moda, pensando no futuro e trazendo alguma coisa que não seja apenas uma peça de roupa pra nosso publico e para sociedade”, reflete Daniel Moreira sobre a experiência.

O quinto encontro foi conduzido pelo time da Cia Hering, que abordou a sustentabilidade como estratégia de negócio. A gestora da Fundação Hermann Hering, Amélia Malheiros, e a diretora de marcas da Cia. Hering, Fabiola Guimarães, falaram sobre como uma empresa de 140 anos tem a sustentabilidade em sua essência e isso a conecta com seu futuro e de suas marcas. “A Hering trouxe uma doçura nesse projeto de sustentabilidade, uma verdade e uma clareza de empresa, e conseguiram traduzir isso de uma forma muito bacana”, diz Paula Le Moult. “A conversa ajudou a esclarecer os pilares da sustentabilidade, tornando o assunto mais simples e palatável, e também a entender todos os tipos de colaborações que poderia desenvolver com a minha marca”.

image

A partir da esquerda: looks Poemahit, Mescla e NormandoDivulgação

Para finalizar, tivemos o sexto ciclo da Inova Business School para auxiliar os empreendedores selecionados a estabelecer sua missão, visão e valores que os direcionarão para o futuro. No encontro, o CEO da Inova Consultoria, Luis Rasquilha, falou sobre o mapeamento e análise de tendências para acelerar os negócios e, na sequencia, a Inova também ofereceu mentorias exclusivas para as 13 marcas participantes, onde cada empreendedor teve algumas horas para conversar com Alessandra Rabin, Eliane EL Badouy (Badú), Antônio Grandini, Larissa Ortiz, Marcelo Veras, Mirian Moreira e Viviane Stadler, todos conselheiros da Inova, sobre suas principais dores.

“A mentoria individual foi sensacional, pois conseguimos falar com precisão sobre nosso ecommerce, por exemplo, uma das maiores dores da Dane-se hoje”, explica Daniel Moreira. Marcelo Veras, presidente da Inova Business School, que conduziu a mentoria com a marca brasiliense, também ficou satisfeito com o resultado. “Eles estavam muito tímidos no ecommerce, assim como na alocação de recursos e no investimento financeiro e de capital intelectual”, explica Veras. “A marca não estava enxergando uma coisa óbvia que não tem a ver com a pandemia – na verdade ela só acelerou o processo -, de que o caminho do varejo no mundo é digital, então dei uma chacoalhada neles”, completa.

image

Acessórios da Palone Design (esquerda) e sapatos NUU ShoesDivulgação

A consultora sênior da Inova, Miriam Moreira, também ressaltou a importância desse tipo de aconselhamento para pequenos e médios empresários. “O processo de mentoria faz toda a diferença para o negócio, não importa o tamanho da empresa”, explica ela, que também é mentora na Founder Institute, uma empresa norte-americana especializada em aconselhamento para donos de negócios. “O olhar de fora ajuda a idealizar um jeito de seguir, então é muito importante, até porque o pequeno empresário se sente muito sozinho e não tem pessoas ao seu redor com uma visão de business ajudando a pensar em estratégias”, diz ela sobre o papo com a Nuu Shoes, que também rendeu bons insights. “O mais legal foi que houve uma ampliação da consciência”, conta Moreira. “Muitas vezes ficamos presas nas tarefas diárias e adiamos essa parte tão importante da gestão que é a projeção do futuro”, diz Marina Lerbach, cofundadora da Nuu Shoes. “A mentoria foi fundamental para promover uma mudança de mentalidade na nossa marca”, completa a sócia de Marina, Marcela Torres.

“O dia a dia de um pequeno empreendedor é complicado, pois ele pensa muito como vai conseguir entregar aquele pedido do dia, então falar de longo prazo, às vezes, é ter uma visão de um mês”, comenta o Diretor de Negócios 4.0 e Associated Partner da Inova, Antonio Grandini. “Quando ele entende que as coisas mudam rápido e que se ele puder ver só um pouco a mais do que seu concorrente para dar a cartada certa antes, isso vai lhe trazer um enorme resultado e diferencial”, completa ele, que conversou com a Poemahit e Emi Beachwear no sexto encontro do Movimento. “Mesmo com pouco tempo conseguimos ter uma discussão bem profunda sobre os principais desafios de cada um, suas maiores dores e como poderíamos mitigar algumas delas”, diz Grandini. Para Roberto Ferreira, da paulistana Poemahit, a conversa agregou bastante valor ao seu negócio. “A empresa já tinha um propósito sustentável que estava meio amortecido, mas agora ele se transformou e não tem mais volta, seguiremos nesse caminho daqui pra frente e sou muito grato por esse impulso que o Movimento nos deu”, diz Ferreira.

“Ter acesso a uma consultoria como a Inova, que traz o olhar de inovação e tendências, pode ser um acelerador que irá alavancar estas empresas, gerando grandes diferenciais não apenas em seus produtos, mas também na marca, em sua gestão e longevidade”, opina Alessandra Rabin, executiva e conselheira da Inova, sobre sua conversa com Marco Normando e Emídio Contente, da paraense Normando. “A Inova e a Ale permanecem em contato direto com a marca mesmo após o Movimento e, durante a mentoria, ela trouxe importantes feedbacks e questões de ajustes, que poderíamos fazer e isso ajudou a afinar a nossa visão, principalmente no marketing”, comenta a dupla de empreendedores.

image

Em sentido horário: Celina Hissa, da Catarina Mina, Paula Le Moult, da Lily Franco, Lucas Arcoverde, da Mescla, Petrvs Figueira, Fernanda Filippis, Daniel Moreira, da Dane-se e Hisan Silva, da Dendezeiro

Hisan Silva, da baiana Dendezeiro, também colheu bons frutos da mentoria com Larissa Ortiz. “A consultoria foi uma experiência para enxergar nosso futuro como marca e empresa, e me ajudou muito a pensar nos impactos que quero trazer, como subverter minhas ideias e realmente deixar um legado com minhas criações”, diz Silva.

A gaúcha Fernanda Filippis também comemorou os resultados. “O Movimento e o encontro com a Inova apareceram em um momento de muitas incertezas e foram essenciais no resgate da autoconfiança da marca”, conta a joalheira. “A experiência está sendo transformadora, tanto para o negócio quanto para mim, pois além de toda a riqueza de conteúdo, tivemos uma troca especial, que me fez sentir abraçada por pessoas que realmente estão preocupadas em fazer a diferença”. Para Badú, conselheira da Inova, foi um prazer conversar com empreendedores tão talentosos como os que participaram do Movimento. “Com a Fernanda pude mostrar pra ela algumas possibilidades dentro de um ambiente corporativo, prestando serviço para outras empresas ou tentando desenvolver mais coisas usando as características da economia circular que podem trazer um beneficio muito grande não só pra ela, mas também para outras empresas que tenham interesse nisso”, diz Badú.

Com mais de 12 horas de conteúdos digitais divididos em reportagens, vídeos e podcasts, o #Movimento concluiu sua primeira fase com ótimos resultados e já se prepara para a segunda etapa, então fique ligado que logo mais tem novidade na área. Enquanto isso, não deixe de conferir tudo o que rolou nas plataformas de ELLE e siga com a gente no #Movimento.

Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes